O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), deverá submeter-se à cirurgia de retirada do tumor pélvico, reincidência de um câncer urológico ocorrido em 1998, somente dentro de 15 dias. A decisão foi tomada pela equipe médica que cuida do governador depois da angioplastia realizada ontem, seguida da colocação de uma prótese na artéria coronária, no Instituto do Coração (Incor), na capital.
Com a prótese, chamada ‘‘stent’’, o fluxo sanguíneo na artéria que nutre o músculo cardíaco fica garantido e o paciente pode se submeter à operação oncológica. ‘‘A data da cirurgia será definida quando a equipe médica acreditar que seja o momento mais adequado’’, afirmou o infectologista David Uip. O urologista Sami Arap e o gastroenterologista Raul Cutait serão os responsáveis pela operação de Covas.
Apesar de os médicos afirmarem que o estado de saúde do governador é ‘‘ótimo’’, a espera de 15 dias é necessária para que o organismo adapte-se à prótese e também para evitar o risco de uma trombose (coagulação de sangue na artéria). Covas já toma remédios anticoagulantes com esse objetivo.
O cardiologista Wadhy Hueb, que acompanhou a angioplastia, informou que o paciente ficará em repouso até a manhã de hoje e poderá ter alta amanhã. Depois disso poderá voltar às atividades normais, o que inclui o trabalho no Palácio dos Bandeirantes. Antes de internar-se Covas disse que voltaria a cumprir a agenda do governo do Estado assim que tivesse alta. ‘‘Se não fosse a necessidade da cirurgia abdominal (retirada do tumor) o governador poderia viver sem o stent’’, afirmou Hueb.
Durante o exame de angiografia os médicos descobriram que a artéria estava com 98% de obstrução, 8% a mais do que foi detectado nos exames de julho. ‘‘Isso demonstra que a escolha pela angioplastia foi acertada, tornando o fluxo sanguíneo do coração normal’’, disse Uip. Com o problema cardíaco, Covas correria o risco de sofrer um enfarte durante a operação. Para Uip a retirada do tumor é necessária porque o paciente vem tendo dores abdominais e o local da cirurgia anterior deve voltar a ser avaliado.