O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que o Alto Comando do Exército definiu a escolha de Recife (PE) como cidade que irá sediar a nova ESA (Escola de Sargento das Armas) da Força. Em publicação em seu perfil no Facebook, Bolsonaro disse que após dois anos de 'exaustivos estudos' um reunião definiu na tarde quinta-feira (22) que a capital de Pernambuco foi escolhida por 'critérios técnicos' e que atenderam 'interesse da força e a formação dos mesmos'. A decisão foi definida em conjunto com o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Bolsonaro agradeceu as cidades de Ponta Grossa (Campos Gerais) e Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que estavam diretamente concorrendo para receber a ESA. Entretanto, no vídeo o presidente sequer cita a cidade de Londrina que também anunciou que entrou na disputa em janeiro deste ano quando uma comitiva do Alto Comando do Exército esteve no município e sobrevoou seis locais estratégicos, que foram mapeados pelo Sinduscon-PR Norte (Sindicato da Indústria da Construção Civil).

"Recife tinha as condições, nós concorremos por fora e realmente estávamos no páreo. A questão é a seguinte, a gente entrou mais tarde nesta disputa e sabíamos de antemão que outros poderiam ganhar. Os comandantes gostaram da nossa cidade, vieram aqui algumas vezes. A política e a solução técnica foram os critérios e o sul do país não foi contemplado dessa vez. Eu não considero uma derrota, o não nós já tínhamos e expusemos Londrina e muito importante mostrar para população que temos condições de recebermos diversos investimentos. Vamos lutar para trazer progresso à nossa população" avaliou o presidente do Sinduscon, Sandro Nóbrega. Em julho deste ano, novamente uma comitiva de empresários e lideranças de entidades da sociedade civil participaram em Brasília de uma reunião com o Alto Comando da força e ainda estavam esperançosos com a escolha de Londrina.

O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira recebeu em julho comitiva londrinense
O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira recebeu em julho comitiva londrinense | Foto: Amauri Escudeir_divulgação

O prefeito Marcelo Belinati (PP) também lamentou o fato de Londrina não ter sido escolhida pelo Exército Brasileiro. "A cidade teria total de condições de avaliar e de fazer uma coisa bacana. Eu não sei quais foram os critérios definidos pela presidência da República, mas eu fico triste em relação a isso. Quando vem uma empresa para Londrina ou universidade é sempre motivo de orgulho. Fizemos tudo o possível para apresentar Londrina da melhor forma", disse o prefeito após solenidade nessa sexta-feira (22) da Campanha Futuro Criança.

A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (PSD), disse por meio das redes sociais dela que a cidade não perdeu a Escola de Sargentos, mas aprendeu com todo processo. "Ficamos tristes, é verdade, mas a decisão geopolítica do Exército Brasileiro certamente será de grande valor para Recife, em particular, e para o nordeste em geral. Mantemos nosso foco e nossa perspectiva e temos vantagens vocacionais e estratégicas que são atraentes para investimentos de diversas naturezas, além do plano militar." Ponta Grossa ainda contou com apoio do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), na campanha.

Em abril deste ano, o Governo de Pernambuco se comprometeu a investir R$ 300 milhões em Infraestrutura para receber a nova escola e a doar um terreno de 150 hectares para que o exército construa o novo complexo logístico, no valor de R$ 79 milhões, na área de Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata. O projeto inclui a construção da escola, vila olímpica, de uma vila militar e um estande de tiro. O efetivo da escola, incluindo familiares é de 10 mil pessoas.