O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Ibiporã, na Região Metropolitana de Londrina (RML), convocou a secretária de Saúde da cidade, Leiliane de Jesus, e duas servidoras da Vigilância Sanitária local para prestar depoimento sobre um suposto caso de coação praticado pelo vereador Gilson Mensato (PL) contra a dupla de agentes públicas.

As oitivas foram marcadas para o mesmo dia e horário. O trio é esperado para falar no dia 24 de março, às 8h30. De acordo com o presidente do conselho, Diego da Fonseca (PSD), o acusado já enviou sua defesa por escrito e também terá a oportunidade de apresentar uma tréplica após os depoimentos das denunciantes. Outras pessoas não serão ouvidas no processo.

O passo seguinte caberá a Augusto Semprebon (PP), responsável pelo relatório final da apuração. O documento pode indicar ao plenário para votar a abertura de uma Comissão Processante contra Mensato — uma eventual CP teria condições de deliberar a cassação de seu mandato.

Relembre

Denunciado ao Legislativo pela própria secretária de Saúde, o caso começou a ser tratado pelo Conselho de Ética em fevereiro deste ano. A situação relatada pelas profissionais da Vigilância Sanitária teria ocorrido durante uma visita do vereador ao órgão em dezembro de 2022.

Uma ata assinada pelas duas servidoras e pelo próprio Mensato informa que ele esteve no órgão para questionar uma infração aplicada contra uma padaria da cidade que seria de um “amigo” do parlamentar.

“O comportamento e a reação alterada do vereador em questionar o trabalho dos fiscais da Vigilância Sanitária demonstram claramente a ingerência política no cumprimento dos deveres dos agentes, causando constrangimento e indignação dos referidos servidores”, escreveu a titular da Saúde ao relatar o caso para a Câmara de Ibiporã.

Outro lado

Gilson Mensato foi procurado pela FOLHA na tarde desta quarta-feira (15) e declarou que não dará entrevistas no momento. Em defesa apresentada à Casa no mês passado, ele alegou que atuou “diante das regras de cordialidade e urbanidade”.

“É de se questionar as razões que levam um órgão público que tem como dever a fiscalização temer fiscalização. É incoerente e incompreensível”, criticou o parlamentar na ocasião.

Segundo o Núcleo de Comunicação Social da Prefeitura de Ibiporã, o Executivo não vai se manifestar em relação ao caso.