Após mais uma tentativa frustrada de ouvir o prefeito afastado de Rolândia, Luiz Francisconi Neto (PSDB), a Comissão Processante instalada na Câmara Municipal para julgar se o tucano cometeu improbidade administrativa decidiu abrir mão do depoimento e marcar a data do julgamento. A CP tem até o dia 10 de fevereiro para julgar a denúncia de corrupção contra ele. De acordo com o presidente da comissão, o vereador Irineu de Paula (PSDB), a votação que vai deliberar pela cassação do mandato ou pelo arquivamento da denúncia está agendada de maneira prévia para este sábado (2) na Câmara. Já o prazo para a defesa enviar as alegações finais terá fim nesta terça-feira (29).

Imagem ilustrativa da imagem Comissão Processante quer julgar denúncia contra Francisconi neste sábado
| Foto: Ricardo Chicarelli/Grupo Folha


"As alegações finais são protocoladas no processo da Comissão Processante. Então a Comissão vai verificar esta última defesa dele, rebatendo tudo aquilo que foi colocado na peça inicial, de acusação, e na sequência já abre o prazo para o relatório final", explica o presidente.

O responsável pelo relatório é o vereador Reginaldo Silva (SD) que, em 2016, foi o líder do prefeito na Câmara e também "alvo" de uma Comissão Processante. A denúncia de agressão contra a própria cunhada foi arquivada. À época, um boletim de ocorrência foi registrado e Silva afirmou que estava apenas defendendo a esposa ao separar uma briga. A vereadora Edileine Griggio (PSC) também integra a comissão.

Como a Câmara de Rolândia conta com dez parlamentares, são necessários, no mínimo, sete votos para a cassação do mandato, e o regimento interno permite a abstenção em casos como este.

FALTAS

O prefeito afastado já poderia ter sido ouvido pela Comissão Processante, no entanto não compareceu nas datas disponibilizadas pela Câmara. Na última tentativa, dia 24, o advogado de defesa, Anderson Mariano, que estava em Curitiba, passou mal e apresentou um atestado médico. Anteriormente, a Comissão Processante havia entrado em contato com o juiz Alberto José Ludovico, da Vara Criminal de Rolândia, para informar que não estava conseguindo localizar o prefeito, mesmo estando vigente uma medida cautelar que o impede de se ausentar da comarca de Rolândia. Com isso, o magistrado concedeu 48 horas para que Francisconi se apresentasse em juízo, o que serviu para que ele fosse notificado.

A Comissão Processante foi formada para investigar uma denúncia de fraude a uma licitação para o aluguel de um barracão do antigo Instituto Brasileiro do Café. De acordo com o Ministério Público, cheques que somam R$ 150 mil foram repassados a Francisconi como doações de campanha à reeleição, em 2016, mas que seriam o acerto com a empresa Somopar. O prefeito nega as acusações e diz que vai provar sua inocência.