Pedir agilidade na resolução de transtornos deixados por obras da Sanepar em toda a cidade. Sob essa promessa, a Comissão Especial (CE) da Câmara Municipal de Londrina (CML) criada em 28 de fevereiro para fiscalizar o cumprimento do contrato da companhia com a prefeitura começou a atuar in loco nesta semana.

“Ali no Calçadão, constatamos uma denúncia que um deficiente visual veio seguindo o piso tátil e, acabando o piso tátil, caiu dentro do buraco da Sanepar. Graças a Deus, não houve um grau maior de ferimentos”, contou o presidente da comissão, Chavão (Patri), após passar por vias da área central de Londrina na quarta-feira (15).

“Eles chegam até o local, abrem o buraco. Vem outro, joga uma brita. Depois vem um terceiro para jogar o paver. É um serviço muito demorado e de má qualidade. Constatamos que está há mais de um mês na Rua Sergipe”, reclamou o vereador.

Jessicão (PP), integrante do grupo, também esteve na visita ao Centro. A Comissão Especial ainda é formada pelo relator Mestre Madureira (PP). O trio tem até 19 de setembro para concluir os trabalhos — mas o prazo pode ser prolongado por mais 90 dias.

Dois meses para terminar

De acordo com a assessoria de imprensa da Sanepar, as intervenções nos locais visitados pelos parlamentares não têm relação com serviços realizadas pela terceirizada Hydrosistem Engenharia. Trata-se da troca do material que compõe uma rede de abastecimento de água potável de 86 quilômetros.

O ferro tem dado lugar ao polietileno de alta densidade (PEAD), em um serviço que deve terminar em dois meses. Conforme a companhia, “em muitos trechos”, o método utilizado é “não destrutivo”.

Contratos fiscalizados

Além de vistoriar o andamento de obras da Sanepar, a comissão aprovou na sessão desta quinta-feira (16) um pedido de informações para a prefeitura pelo qual requer acesso às cópias dos contratos firmados com as terceirizadas.

“Não podemos culpar essa terceirizada que chegou agora, mas temos que deixar um recado para ela, que venha preparada para não acontecer igual aconteceu com as outras”, afirmou Chavão.

Os vereadores também prometem fiscalizar se está sendo cumprido o contrato firmado entre o Executivo e a Sanepar em 2016, na gestão do prefeito Alexandre Kireeff. O vínculo, que teve aprovação dos próprios parlamentares daquela legislatura, vale por 30 anos. “A intenção da comissão é debruçar em cima desse contrato”, assegurou Chavão.

Tamarana

As obras da Sanepar também incomodam outras cidades da Região Metropolitana de Londrina (RML). Em Tamarana, o Legislativo tem tentado respostas e, na última semana, vereadores da cidade apresentaram reivindicações para a regional da companhia.

Entre as queixas, intervenções que começaram há semanas e ainda não terminaram, demora para atender solicitações simples de reparos e constantes faltas d'água na cidade. Representantes da empresa presentes ao encontro indicaram que vão buscar solucionar a pauta.

Outro lado

Via assessoria de imprensa, a Sanepar enviou nota para informar que “reafirma o compromisso com as cidades da região no sentido de regularizar a situação.” O texto argumenta que a Hydrosistem “está mobilizada e integrada ao sistema da Sanepar, com estrutura consistente, equipamentos novos e mais equipes de campo”.

Segundo a companhia, no entanto, “as chuvas intensas e constantes dos meses de fevereiro e março prejudicaram a realização dos serviços. A nova empresa está atendendo demandas novas e as pendências.”