A Comissão Especial de Investigação (CEI) criada pelo governador Jaime Lerner (PFL) para apurar as denúncias de escuta telefônica clandestina no Palácio Iguaçu deixará de fora, pelo menos no primeiro momento, exatamente os acusados de serem os mandantes do crime: o secretário especial da Chefia de Gabinete do governador, Gerson Guelmann, e o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Luis Antônio Borges Vieira.
Mesmo assim, o presidente da CEI, o secretário de Segurança, José Tavares, negou que o objetivo da comissão seja esvaziar os trabalhos da CPI da Assembléia Legislativa, que também está investigando as denúncias. ‘‘O trabalho da Assembléia é importante. Vamos nos somar para esclarecer a verdade e dar uma satisfação à opinião pública’’, afirmou Tavares.
Ontem, a CEI definiu sua agenda inicial. Vai pedir os inquéritos que estão sendo feitos pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Amanhã, a comissão deverá ouvir seis depoimentos de envolvidos no caso: o cabo Luiz Antonio Jordão, o soldado Afrânio de Sá e o ex-chefe de telefonia do Palácio Iguaçu, Gilberto Maria Gonçalves – os três são ex-funcionários da Casa Militar, acusados de serem os executores do grampo – Edgar Fontoura Filho e Jefferson Martins Storrer, diretores da empresa Defense, de Araucária (RM de Curitiba), que fariam serviços de varredura no Palácio Iguaçu; e o advogado Peter Amaro de Souza, defensor de Jordão.
A CEI tem 30 dias para concluir seu relatório. Segundo Tavares, se forem constatadas irregularidades, esse relatório será encaminhado ao Ministério Público.