A Comissão Especial Subrapartidária (CES) da Câmara de Vereadores de Londrina apresentou ontem resultado dos trabalhos realizados no mês de abril e apontou irregularidades na doação de terrenos da prefeitura para a Universidade Norte do Paraná (Unopar), em 1998. Segundo a presidente da CES, vereadora Elza Correia (PMDB), a Unopar não cumpriu o compromiso assumido com o município, a de construir uma creche e doar um terreno onde seria instalado uma escola agrícola.
A Unopar recebeu duas áreas na zona sul (que antes eram ocupadas por duas ruas e uma praça) e que foram usadas para a ampliação da instituição. Segundo Elza Correia, a Unopar teria repassado uma área próxima à empresa Toyo Sen-I em troca da praça. O terreno, entretanto, encontra-se em litígio.
A vereadora relatou ainda que a universidade havia dito que a creche também estava construída. A comissão esteve no local. ‘‘A Unopar apresentou um salão construído no interior da instituição, que não atende as necessidades de uma creche e jamais poderia ser utilizada para tal fim’’, afirmou.
O chanceler da Unopar, Marco Antônio Laffranchi, procurado pela reportagem, argumentou ontem que o contrato entre prefeitura e universidade não previa construção de creche, e sim, de um jardim de infância. Segundo, ele, a prefeitura nunca procurou a universidade para tomar posse da escola. ‘‘Construímos um salão com quatro salas de aula, refeitório, uma sala de repouso e uma para a diretoria. Eles nunca nos procuraram’’, afirmou.
Hoje o salão está sendo usado pelos alunos de Educação Artística, segundo Laffranchi, e está à disposição da prefeitura. Sobre a doação da área em litígio, ele afirmou que não há documento que comprove este acordo. ‘‘O que houve foi uma conversa informal com o ex-secretário de Educação José Dorival Perez. Ele me disse que haveria um repasse do governo federal para a instalação de uma escola agrícola. Como o repasse não ocorreu, ele nunca me procurou.’’ (Colaborou Rodrigo Souza Grota)