As duas colheitadeiras do ex-prefeito de Maringá, Jairo Gianoto (sem partido), chegaram ontem de manhã na cidade depois de quatro dias de viagem e ficaram em exposição na Praça Raposo Tavares até o início da noite. Uma carreata, liderada por secretários municipais e filiados do PT, acompanhou o transporte dos maquinários, que estavam na fazenda de Gianoto, em Nova Mutum (MT), e foram apreendidas pela Justiça na semana passada. A prefeitura pretende vender as colheitadeiras, avaliadas em R$ 200 mil. Anteontem, a administração havia cogitado da possibilidade de expor as máquinas no Estádio Willie Davis.
As máquinas e outros bens de Gianoto e do ex-secretário Paolicchi, que estavam nas propriedades em Nova Mutum foram sequestrados porque teriam sido adquiridos com dinheiro desviado da prefeitura. O procurador jurídico do município, Aláercio Cardoso, disse que vai entrar com pedido de venda antecipada das máquinas à Justiça, por causa do risco de deterioração. ‘‘Vamos só aguardar o prazo de embargo que é de 30 dias.’’
Gianoto comprou as colheitadeiras em 1998 e pagou R$ 106 mil cada uma. Hoje, uma máquina nova custa R$ 150 mil. Segundo Cardoso, outras três colheitadeiras que também foram sequestradas estão em posse da Agrovale – cooperativa que comprou a fazenda de Paolicchi. ‘‘Há um impasse porque o dono alega que comprou as colheitadeiras junto com a propriedade, mas assim que a Justiça autorizar vamos buscá-las também.’’ Também foram sequestrados dois silos com capacidade para 50 mil sacas cada e toda a safra de soja.
A prefeitura gastou R$ 12 mil com o transporte das duas colheitadeiras. O prefeito José Claudio Pereira Neto (PT) disse que o sequestro dos bens é importante para mostrar à população que ‘‘é possível resgatar o dinheiro e a dignidade na administração pública’’.
À noite, as colheitadeiras seriam levadas para o pátio do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação (Saop). Os maquinários chamaram a atenção de dezenas de pessoas, que fizeram críticas ao ex-prefeito Gianoto e a Paolicchi.