Cláudio Humberto


De Brasília



Cláudio Humberto Rosa e Silva
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‘‘FHC não é meu patrão’’
(De ACM, afirmando sua independência em relação ao governo; ‘‘o povo é meu patrão’’, disse)

PB usa carro roubado
O advogado Djacy Lima não sabe mais o que fazer para que a polícia da Paraíba cumpra um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça, para recuperar o Vectra branco de um cliente, que reside em Natal (RN). Roubado, o automóvel foi ‘‘esquentado’’ no Detran-PB e está em nome de Wagner Holanda, assessor do chefe da Casa Civil do governador José Maranhão. O carro chegou a João Pessoa através da locadora Hauschild, cujo dono oficial é o filho do motorista do chefe da Casa Civil, Roosevelt Vita. A locadora Hauschild, curiosamente, ganha todas as concorrências para fornecer veículos à frota do governo.

Mina de soluções
A jornalista Míriam Dutra não sabe, mas FHC mantém ‘‘consultores’’ que há anos ganham a vida, e bem, para ‘‘administrar o problema Tomaz’’, seu filho de nove anos de idade. Entenda-se por ‘‘administrar’’ articular o mais absoluto silêncio sobre o assunto, na mídia.

Ruídos diplomáticos
O impasse na Escelsa (Centrais Elétricas do Espírito Santo) já provoca ruídos nas relações bilaterais com os portugueses. A Eletricidade de Portugal (EDP) e os bancos que controlam a empresa querem trocar o presidente, Francisco Gomide, em quem não confiam, até para definir investimentos e novos projetos, mas esbarram em alguns dirigentes de fundos de pensão, cujas engrenagens têm sido – digamos – lubrificadas. Majoritários, a EDP e os bancos não demitem Gomide porque desejam uma saída negociada. O governo português já se queixou ao brasileiro.

Poder com $$ alheio
É mesmo poderoso o coordenador de Publicidade e Patrocínio da Petrobras, Cláudio Thompson Tavares. Foi dele a decisão de fazer a estatal torrar 18 milhões de dólares anuais de patrocínio da equipe Williams, na fórmula 1. Em três anos, foram US$ 54 milhões pelo ralo.
Ao assumir o cargo, o novo presidente da Petrobras, Henri Reichstul, ficou indignado, mas não conseguiu cancelar a orgia.
Tavares está em Imola, na Itália, para tentar ver no Grande Prêmio de San Marino o que ninguém vê: um pequeno adesivo ‘‘BR’’ em preto e branco nos carros da Williams, em troca de US$ 18 milhões por ano.

Passe e repasse
Demitido pelo governador Joaquim Roriz (DF), por causa do seu envolvimento no escândalo de desvio de recursos do FAT, o deputado Wigberto Tartuce (PTB-DF), que se orgulha do apelido ‘‘Vigão’’, pôs a culpa nas ‘‘entidades conveniadas’’.
Isso ainda vai acabar sobrando para quem não se inscreveu e nem fez qualquer um dos cursos patrocinados pelo endinheirado FAT.

Estantes devastadas
Um levantamento na biblioteca da Universidade estadual de Maringá (UEM), no Paraná, indicou um dado alarmante: foram roubados ou danificados cerca de 8.000 livros do seu acervo. Dos mais de 2.000 livros surrupiados, a maioria era de Medicina. Todos muito caros.

Bala perdida
Essa história de a polícia do Rio contar munição vai ser um tiro no pé.

Juju Carabina
A delegada Márcia Julião, afastada da Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente, ao exibir sempre o distintivo policial diante das câmeras, mostra que é po-de-ro-sa. Especialmente na proteção de marmanjo.

Vale-refeição
Não é de hoje que a pensão Brasal, do rei das quentinhas Jair Coelho, vem alimentando as contas no exterior de autoridades maiores e menores do governo do Rio. É a banda podre da panelinha do Rio.

Banho-maria
Também não é de hoje que Anthony Garotinho e Marco Aurélio Alencar, filho do ex-governador do Rio, vêm se estranhando. Na reta final das eleições de 94, a prefeitura de Marcello Alencar foi acusada de várias irregularidades cometidas por Marco Aurélio, enquanto uma CPI na Câmara de Campos exigiu explicações sobre US$ 2 milhões doados pelo Bradesco à prefeitura para a construção de um teatro. Garotinho perdeu o governo para Marcello Alencar, Marco Aurélio virou Secretário de Fazenda, ganhou um processo por irregularidades no extinto Banerj, que dormita nas gavetas e agora, como se vê, é uma Brasal, mora.

Pensando bem...
...pelo andar do patinete, esse Garotinho não chega à adolescência.

Manda quem pode
É tensa a situação nas fazendas Barra de Antas e Santa Luzia, no Espírito Santo, onde PMs e empregados dos fazendeiros ameaçam os acampados. Técnicos do Incra constataram que os PMs utilizam uma viatura oficial para proteger os proprietários, Sebastião Figueiredo e Destilaria Miriri. Três pessoas foram presas, com rifles, revólveres e cartuchos de vários calibres. O Ministério da Justiça considera de risco a situação no local. O governo do Espírito Santo e autoridades da Igreja e do Legislativo estão sendo acionados para que evitem uma tragédia.
Se gritar ‘‘pega’’...
A performática CPI do Narcotráfico fez um bom trabalho, no Recife, revelando a perigosa ligação entre poder político e o banditismo.
Um irmão do deputado Eudo Magalhães (PFL) acabou no xilindró; outro mano, ex-deputado Enoelino Magalhães, indivíduo periculoso, era assessor do governador Jarbas Vasconcelos até a semana passada.
O delegado também preso, Eduardo Porto, é irmão do ex-deputado Carlos Porto, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

O nome em vão
A vice-presidente do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, Zélia Mimessi, esclarece que sua entidade não foi envolvida nas denúncias de irregularidades que pesam contra Giannandrea Matarazzo, ex-presidente da sociedade Colégio Dante Alighieri. O pai do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo FHC teria assinado cheque de doação, que jamais chegou ao destino, para a União Municipal Espírita de Pirassununga, mantenedora de um certo Lar André Luiz.

Falta pouco
Não falta nadinha para a biografia de Baby Nando virar prontuário.


PODER SEM PUDOR
Política e montaria
O apreço dos brasileiros pelos partidos deve ser muito parecido com o que sentem os próprios políticos. Quem demonstrou isso foi Ademar de Barros (PSP), que exercia o governo de São Paulo quando o marechal Castello Branco editou o ato complementar nº 4, em janeiro de 1965, extinguindo os partidos. A imprensa quis saber a posição daquele que governava o maior Estado do País e Ademar respondeu:
– Dissolveram o nosso cavalinho. Mas eu já estou construindo outro para mim

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