‘‘Por que Itamar politizou tanto o assunto se o objetivo era assinar o acordo?’’
(Do ministro Pimenta da Veiga sobre a decisão do governador mineiro de pôr fim ao calote)

Pública bajulação
O Conselho de Defesa Econômica do Ministério da Justiça promoveu uma curiosa audiência pública na bela João Pessoa (PB), pertinho do fim de semana, só para discutir o caso Ambev.
A Paraíba é o Estado de Ney Suassuna, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que vota os indicados para o Cade. O presidente do conselho, Gesner Oliveira, bajula Suassuna (inclusive entregando-lhe livros imprestáveis para distribuição em escolas do interior) porque acha que o senador tem o poder de mantê-lo no cargo.

Excursão à praia
Gesner Oliveira levou para João Pessoa uma comitiva de 18 pessoas, tão desnecessária quanto dispendiosa, incluindo dois conselheiros, procuradores e assessores que nada têm a ver com o tema em discussão, como Adriano Stringhini, responsável pela página do Cade na Internet, e Evelin Celso, sua chefe de gabinete, que não atua em qualquer processo e até se fez acompanhar do marido, só para dar idéia do espírito excursionista que motivou a audiência paraibana.

Indiscutivelmente bandido
O deputado e bandoleiro Paulo Marinho (PFL-MA), chamado de ladrão pelo próprio pai, é feliz proprietário de dois aviões, sendo um deles adquirido (com cheques sem fundos) ao traficante Leumas Figueiredo, da gang do deputado cassado – e preso – José Gerardo, do Maranhão.
Ele comprou também, do coronel-bandido Correia Lima, uma carreta Scania, placa LDO-1045, que mandou incendiar quando estourou o escândalo que resultou na prisão do militar piauiense.

Memória preservada
Na surdina e morrendo de medo de ser descoberto, o tímido pernambucano Everardo Maciel, secretário da Receita Federal, obteve uma doação da União Européia, a fundo perdido, no valor de R$ 1 milhão, para restaurar a primeira igreja do Brasil, a dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu (PE). Ainda sobrou algum para recuperar o convento de Santo Antônio, igualmente histórico e quase em ruínas.

Segurança canina
O líder do governo FHC do Congresso, deputado Artur Virgílio Neto (PSDB-AM) não abre mão das caminhadas matinais nas proximidades de sua casa, no Lago Sul, em Brasília.
Pelo sim pelo não, porque afinal o governo que defende já não é exatamente popular, Artur Virgílio só sai de casa acompanhado do mal-encarado Victor, um enorme cão fila-brasileiro.

ACM.com.br
Aos 72 anos e firme como um carvalho, ACM está mais antenado do que nunca: agora se dedica, com afinco, a um curso particular de Internet, enquanto se restabelece da recente gripe.
Não apenas já navega com desenvoltura como arrisca o envio de e-mails, que logo substituirão os famosos fax que dispara contra seus críticos.

Vide bula
Num relatório de 98, a Abifarma diz que gerou 48,1 mil empregos diretos.
Se esse pessoal ainda estiver empregado, deve estar gastando metade do salário em remédios.

Pensando bem...
O governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, deveria se chamar Zeca do PFL...

Ordem unida
O ministro da Defesa, Geraldo Quintão, continua com um pezinho na Advocacia Geral da União, onde ainda manda muito.
O novo chefe da AGU, Gilmar Mendes, teve que engolir: a posse dos novos advogados da União, nesta segunda, 7, será realizada no auditório do QG do Exército, em Brasília.

Trágica coincidência
Tal como seu líder, o sobrenome do nazista austríaco Joerg Haider tem seis letras. E o nome, cinco.

Cuore ingrato
Talvez seja puro marketing, mas aquele galã da TV quis pular a cerca com a filha de um compositor, demonstrando grande ingratidão para com seu amoroso banqueiro e provedor.

Emplacador ridículo
O DNER recuperou um pedacinho de estrada, em Alagoas, e fez festa para inaugurar uma placa de concreto cheia de nomes, incluindo o de FHC, saudando os ‘‘877 metros e 3 centímetros’’ de asfalto. Albérico Cordeiro (PTB-AL) ironizou a placa, na Câmara, e recebeu do ministro Aloysio Nunes Ferreira um bilhete muito bem humorado:
– Você tem razão: dependendo do feito celebrado, o emplacador corre o risco do ridículo. Quanto ao destino de Alagoas, não há o risco de orfandade enquanto tiver a defendê-lo políticos valorosos como você.

Marés de azar
O membro-coordenador do Núcleo de Estudos Scientia Una, Rogério Favilla, criou uma página pessoal na Internet para pressionar os internautas, como sugerido nesta coluna, a entupir de e-mails o site da Funai. O endereço funai.gov.br andou meio claudicante nos últimos dias, mas toda forma de protesto contra Frederico Marés vale a pena.
Borduna no homem que demitiu Orlando Villas-Bôas, o Juruá (pai) das lideranças indígenas.

Marés de nostalgia
Saudades dos índios tupinambás, aqueles que quase comeram Hans Staden vivo.

Gazeteiro valentão
Conhecido gigolô de ‘‘direitos do consumidor’’, o deputado Celso Russomanno (PPB-SP) tem problemas com aeroportos. Exatamente um ano depois de ofender e humilhar funcionários da Rio-Sul e da Infraero, em Brasília, ele roubou o filme do repórter Fernando Bizerra Jr., do ‘‘Jornal do Brasil’’, que fotografava os políticos que escapuliam da capital, nesta quinta. Bizerra é aquele que foi agredido pela Polícia do Exército no Réveillon dos trapalhões, de FHC, no Forte de Copacabana.

O PODER SEM PUDOR


Gramática na cabeça
Quando falava, o cearense Carlos Alberto Arruda agredia cruelmente o vernáculo. Mas, justiça seja feita, vivia preocupado com isso.
Certa vez, num comício em Sobral (CE), ele levou a assessoria ao desespero, maltratando a língua pátria. No final, quis saber:
– E então? Errei muito?
– O senhor cometeu 99 erros...
– Cuméquié? – o candidato não acreditou.
– Cem.