‘‘Nesta altura da vida, ninguém consegue me isolar’’
(De ACM, desafiando FHC a levar adiante o plano de isolá-lo politicamente)

Fenaseg: calote na mira
Enfim chegou às mãos do promotor Paulo Fernando, do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, o processo contra a Federação Nacional das Empresas de Seguro Privado (Fenaseg). A Federação, que tem a obrigação de repassar 50% do DPVAT (seguro obrigatório de veículos) para financiar programas de prevenção do Ministério da Saúde e de educação no trânsito, é acusada de dar um calote de pelo menos R$ 800 milhões. O promotor pediu informações complementares à Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão que fiscaliza a Fenaseg, e ao INSS. Dessa o presidente da Fenaseg, João Elísio Ferraz de Campos, dificilmente escapará. Será criminalmente responsabilizado.

Dinheiro sujo
E por falar em pozinho branco, cuidado leitor, que a moda agora é cédula com cocaína. Dinheiro sujo mesmo. Na Espanha, descobriram que pelo menos 60% das pesetas estavam impregnadas de cocaína, e na Grã-Bretanha, segundo a BBC, 99% das notas passadas de mão em mão tinham resíduos da droga.
Só faltava descobrir agora que além de não valer nada, o real é uma droga também.

Homem das leis
A Rede Globo deve assinar contrato com um novo astro, mas em outra área. Trata-se do ex-secretário da Justiça de São Paulo, Manoel Alceu Affonso Ferreira, que recusou o Ministério da Justiça de FHC. Ele é dono de uma grande banca de advocacia empresarial, mas gosta mesmo é de atuar na área da lei de imprensa (é advogado de ‘‘O Estado de S. Paulo’’).
Esta semana, Manoel Alceu e seu filho, Afrânio Ferreira, têm encontro marcado no Rio, a convite dela, com a poderosa Marluce Dias.

Brindeiro em campanha
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, desfruta com toda a família as delícias do Porto das Dunas, praia cearense onde fica o famoso parque aquático Beach Park. Aproveita os dias de descanso para tentar estabelecer pontes com os tucanos do Ceará, especialmente o governador Tasso Jereissatti. Brindeiro sonha com sua nomeação para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda este ano. Ele bem que poderia aproveitar o ‘‘Insano’’, um toboágua com mais de 40 metros de altura, para saber se está preparado para o desafio. Ou para a queda.

Tá esquisito, sô
As três testemunhas que asseguram ter visto o deputado estadual de Minas, Antônio Carlos Andrada, cheirando cocaína, estão sob proteção policial, porque vêm sendo ameaçadas por traficantes locais. Waldir Coelho e Rita Cristina Orasmo, donos de uma pizzaria em Barbacena, e a estudante Bianca Grossi, desmentem com veemência a versão de Toninho Andrada, de que consumiam droga na frente dele, durante o Réveillon, numa jogada para incriminá-lo. O deputado afirma que pagou a conta e foi embora e fez questão de chamar a imprensa, a Polícia e comunicou o episódio à CPI do Narcotráfico em Minas. Os colegas de CPI pensaram em afastar Toninho, herdeiro de umas das mais tradicionais famílias mineiras, mas aguardam novas evidências contra o deputado.

Toca telefone, toca
Vai começar tudo de novo. O presidente da CPI do Narcotráfico em Minas, deputado Marcelo Gonçalves, acredita que o supertraficante Fernandinho Beira-Mar vai ligar mais uma vez nesta terça, daquele celular ‘‘irrastreável’’, e finalmente revelar quem são os três policiais civis que comandam a barra-pesada do tráfico mineiro.
A CPI já descobriu que em Barbacena e Uberaba a grande quantidade de pozinho branco que rola não é polvilho para fazer pão de queijo.

Correndo o pires
Os prefeitos do sul fluminense vão bater à porta de FHC por estes dias pedindo mais verbas para a reconstrução das cidades afetadas pelo temporal da semana passada. Só o prefeito de Resende, Eduardo Meohas, quer pelo menos U$ 15 milhões, bem mais do que o oferecido pelo governo para todas as prefeituras que viram a chuva cair. Mas dinheiro que é bom, garantido por verba específica, não caiu do céu.

Da caatinga a Aspen
O deputado Eunício Oliveira (PMDB), líder empresarial em Brasília, mostrou que nordestino da caatinga dificilmente se dá bem na neve. Ele é de Lavras da Mangabeira (CE). Foi se meter a esquiar na neve, em Aspen (EUA) e acabou quebrando o braço em três pedaços. Teve de alugar um avião para chegar ao hospital. Seu sogro, Paes de Andrade, estava em Paris quando recebeu a notícia.
Eunício é um dos mais próximos parlamentares do ministro Eliseu Padilha.

Programa favorito
O governador Anthony Garotinho, do Rio de Janeiro, disse à jornalista Liliane Ventura, ex-global e hoje comandando um programa feminino na Rede Mulher, de São Paulo, que não dorme sem assistir o talk show de Giba Um, na mesma emissora. Atualmente, o veterano e irreverente jornalista pilota o único programa do gênero, no horário das 23h30.

Os passos da cruz
Recomeça o calvário do ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca. Seu amigo e ex-diretor de Administração e Finanças do Indesp, Luiz Antônio Buffara, terá quebrado seu sigilo bancário (fiscal e telefônico, também serve) devido às suspeitas de muita mutreta de chapas-brancas do Indesp com a abertura de bingos. O governo deu uma sobrevida ao ministro, mantendo a bingalhada aberta para não prejudicar o esporte, que sobrevive com os impostos devidos. Ou indevidos?

O rio resiste
Através de nota, a Chesf desmente o senador e ex-ministro Renan Calheiros (PMDB-AL), que disse estar informado do desligamento de uma turbina da Hidrelétrica de Xingó, por causa da baixa quantidade de água.
A estatal garante que não há turbina desligada, tampouco ameaça de racionamento, e ainda informa que as chuvas do início de janeiro fizeram a vazão do Rio São Francisco atingir 4.800 metros cúbicos por segundo em suas nascentes, estabelecendo prognósticos positivos até abril e ‘‘garantindo o abastecimento de energia este ano’’.

O PODER SEM PUDOR

Obras ligeiras
Jânio Quadros, presidente da República, fazia uma viagem ao Recife. Aproveitando que o chefe não estava em Brasília, um assessor chamou um engenheiro da estatal Novacap para construir um canil no Palácio da Alvorada. Estava convencido de que o presidente iria adorar a surpresa.
Jânio já encontrou a obra pronta, ao retornar da viagem. Mandou chamar o engenheiro responsável:
- Quanto tempo o senhor levou para construir esta maravilha?
- Doze horas, excelência - gabou-se o homem.
Apontando para o canil, Jânio pôs fim à felicidade do engenheiro:
- Pois então tem exatas duas horas para botar tudo no chão. Tudo!