Delação: políticos pedem acesso para fazer cena
A presidenta Dilma pediu acesso à delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, e até recorre ao Supremo Tribunal Federal, mesmo sabendo que o processo está sob segredo de Justiça e não pode ser compartilhado. O "jogo de cena" é igual ao das demais autoridades que pretendem a mesma coisa: todos fingem que não temem o que deveras temem, que seus nomes tenham sido citados.

Insistência
Além de Dilma, outros órgãos federais solicitaram acesso à delação premiada, como Ministério da Justiça e Petrobrás. Foram indeferidos.

Nada feito
A Controladoria-Geral da União, que nada controla e sempre age após a "porteira arrombada", também pediu e teve negado acesso à delação.

Outras intenções
Alguns líderes da oposição, que também temem o teor da delação, queriam saber o que foi revelado por Paulo Roberto Costa. Negado.
 
Medo
Só na primeira fase de depoimentos da delação premiada, o ex-diretor citou 49 deputados federais, senadores e ministros. Há mais.

Dilma despreza 22 embaixadores estrangeiros
Além da conhecida repulsa por diplomatas brasileiros e pelo Ministério das Relações Exteriores, a presidenta Dilma Rousseff também não dá a menor pelota para diplomatas de outros países, negligenciando um dos seus papéis institucionais mais importantes: receber credenciais de embaixadores designados para atuar no Brasil. Até agora, 22 embaixadores estrangeiros aguardam que Dilma agende a cerimônia.

Torcendo o nariz
O embaixador do Paraguai, Manuel Cáceres, chegou ao Brasil em novembro de 2013. Até hoje não conseguiu entregar as credenciais.

Cansou de esperar
O embaixador paraguaio anterior, Evelio Arévalos, chegou em março de 2012 e foi embora há um ano sem conseguir entregar credenciais.

Preconceito
Para Dilma, todos diplomatas são como o ex-ministro Antônio Patriota. Ignora que o Itamaraty é um centro de excelência do serviço público.

Escolha que divide
O mundo jurídico em Brasília sabe que, reeleita, Dilma deve indicar em novembro o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. É uma das razões de crítica do ex-presidente Lula à sucessora. Ele não gosta de Cardozo.
  
PV com Marina
Apesar das mágoas em relação a Marina Silva, que disputou em 2010 a Presidência da República pelo PV, dirigentes do partido não veem outro caminho a não ser apoiá-la em no segundo turno contra Dilma.

Gastão gastador
Está marcado para quarta (24) o julgamento no Tribunal de Contas da União do presidente da Fecomércio do Ceará, Luiz Gastão. O processo pede o ressarcimento de mais de R$ 4 milhões ao erário, por contratos e pagamentos irregulares durante a gestão de Gastão no Sesc-CE.

Favoritismo
Candidato à reeleição, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB-PR) decidiu apertar o passo para derrotar Roberto Requião (PMDB) já no primeiro turno. Sabe que é grande a chance de liquidar a fatura logo.

É o cara
Com habilidade e diálogo, o diretor regional dos Correios no Rio Grande do Norte, José Alberto Brito, evitou pela terceira vez em menos de dois anos que a população sofresse com greve nos Correios.   

Pega mal
O PT não quer Dilma ajudando Armando Monteiro (PTB) na briga pelo governo de Pernambuco. "A gente não pode, agora, desagradar o eleitor de Eduardo Campos", explica um coordenador nacional do PT.

Tolerância zero

Na briga para tentar aumentar a bancada federal em 2015, o PV agora ameaça expulsar prefeitos, vereadores e dirigentes que apoiarem candidatos de outros partidos. A ordem é ser "implacável contra infiéis".

Estratégia
Após ganhar fôlego nas últimas pesquisas, Aécio Neves (PSDB) deverá subir o tom contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) e segurar um pouco ataques contra Marina Silva (PSB).

Fraude
Nada como uma campanha eleitoral no meio para explicar por que a pesquisa do IBGE mostrando que aumentaram as desigualdades mudou de repente para "caíram as desigualdades".

PODER SEM PUDOR

Imagem ilustrativa da imagem CLÁUDIO HUMBERTO



Um mar de leite
A base eleitoral do senador potiguar Agenor Maria era o alto sertão, município de Currais Novos, onde tinha uma fazenda de gado leiteiro.
Certa vez, durante o prolongado recesso parlamentar, decidiu alugar uma casa à beira-mar, em Natal, e além da numerosa família, levou para a temporada de veraneio um velho empregado da fazenda, seu Chico, que nunca tinha visto o mar.
- Chico, veja só que imensidão. Imagine tudo isso sendo nosso e, em vez de água, leite! – disse Agenor, puxando conversa na varanda da casa.
A resposta do velho vaqueiro foi carregada de significado:
- Prestava não, dr. Agenor. E aonde a gente ia achar tanta água pra misturar nesse leite?