O chefe de gabinete do reitor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Itaicy Wagner Mendonça (e não Itaici, como a Folha grafou ontem), já foi condenado pela Justiça por ‘‘locupletamento ilícito’’ de uma verba recebida pela Sociedade Evangélica Beneficente de Londrina, em 1987, para investimentos em educação. Na época, Itaicy era diretor da entidade – que é mantenedoura do Hospital Evangélico (HE) e do Centro Universitário Filadélfia (Unifil, antiga Cesulon), entre outros. O processo (de número 218/91) correu na 5ª Vara Cível de Londrina e o réu acabou condenado.
Segundo consta da ação, no dia 6 de outubro de 87 a Sociedade Evangélica recebeu do Cz$ 12 milhões (aproximadamente R$ 1,1 milhão em valores atualizados) do Fundo Nacional de Desenvolvimento para Educação (FNDE). No dia seguinte, Itaicy teria conseguido a assinatura do tesoureiro e do presidente da instituição em duas folhas de cheques do Banco do Brasil e sacou Cz$ 5,6 mil – cerca de R$ 500 mil atualizados. Os cheques eram de número 453316 e 453317. A saída do valor foi justificada na contabilidade da Sociedade Evangélica como ‘‘devolução’’; e o valor teria sido depositado em uma conta particular do próprio Itaicy, no Banco Bradesco.
Quando o então presidente Enoch Vieira dos Santos (já falecido) foi destituído do cargo, a nova diretoria da Sociedade Evangélica contratou uma auditoria para avaliar as contas da instituição e descobriu o saque ilegal e o depósito na conta de Itaicy. A entidade, então, abriu um processo de ressarcimento contra Itaicy, que perdeu em todas as instâncias do Judiciário – o processo foi ‘‘transitado em julgado’’. Mas ele não pagou o devido porque não teria dinheiro nem bens em seu nome.
Durante a coletiva de ontem, o reitor da UEL, Jackson Proença Testa, informou que Itaicy não pretende falar com a imprensa sobre as acusações do apresentador de TV Márcio Mello, mas que irá dar todas as explicações necessárias à comissão de sindicância formada para apurar o caso. Testa comentou que tratou do assunto com seu chefe de gabinete ainda na manhã de ontem. ‘‘Ele afirmou que não há ato que compromete sua atuação’’, disse o reitor. (L.H.)