A primeira eleição decidida em segundo turno para prefeito de Curitiba também foi a mais disputada na história recente da cidade. Com apenas 2,9% de diferença, o prefeito Cassio Taniguchi (PFL) foi reeleito ontem para o mandato 2001 a 2004. Ele obteve com 51,4%, ou 462.811 votos válidos, contra 48,5%, um total de 436.270 de Ângelo Vanhoni (PT). O resultado das urnas representa apenas 26.541 votos de diferença entre os dois candidatos. Essa foi a menor diferença eleitoral entre o prefeito eleito e o segundo colocado nos últimos 15 anos.
Desde que as capitais de Estado voltaram a ter eleições diretas para prefeito, em 1985, a diferença entre o primeiro e segundo colocados em Curitiba nunca foi tão pequena. Na primeira eleição direta para prefeito no período de redemocratização, Roberto Requião (PMDB) venceu Jaime Lerner (então no PDT) por 4,2% de diferença. Em 1988, Jaime Lerner (então no PDT) conseguiu se eleger com 58,1% de votos válidos e uma diferença de 23,5% do segundo lugar, Maurício Fruet (PMDB). Em 1992, Rafael Greca (então no PDT) apresentou a maior diferença do período, ficando 28,8% dos votos válidos à frente do segundo lugar, novamente Maurício Fruet (PMDB). Em 1996, na primeira eleição de Cassio, o atual prefeito conseguiu 24,6% de votos a mais que o segundo lugar, deputado estadual Carlos Simões (então no PSDB).
Há quatro anos, Cassio foi eleito no primeiro turno com 54,9% dos votos válidos. Para a reeleição, ele fez no primeiro turno, 8,6% de votos a mais que Vanhoni. Ontem, ele venceu o segundo turno com 2,9% de diferença.
O índice de abstenção (eleitores que não votaram) em Curitiba no segundo turno foi o mesmo do primeiro, 16,4% do total. Isso representa 182.125 eleitores. No primeiro turno, 182.929 eleitores não votaram. Ontem, o total de comparecimento em Curitiba foi de 83,6%, ou 928.064 eleitores. Desses, 96,8% foram de votos válidos, ou 899.081 votos. Os brancos representaram 1,33%, ou 12.378 e os nulos ficaram em 1,7%, ou 16.605.
Apesar da pequena diferença de votos, Cassio vai governar com ampla maioria na Câmara. Dos 35 vereadores eleitos em 1º de outubro, pelo menos 22 farão parte da base de sustentação do governo a partir do próximo ano.