Candidatos fazem corpo a corpo na feira dos Cinco Conjuntos
A duas semanas das eleições municipais, candidatos utilizam feira livre como vitrine para seus programas de governo
PUBLICAÇÃO
domingo, 01 de novembro de 2020
A duas semanas das eleições municipais, candidatos utilizam feira livre como vitrine para seus programas de governo
Simoni Saris - Grupo Folha
Na reta final da campanha eleitoral municipal, os espaços públicos com grande concentração de pessoas tornam-se um dos canais mais utilizados por quem disputa uma vaga no Executivo ou no Legislativo. A feira livre dos Cinco Conjuntos reúne tanto candidatos que construíram sua base eleitoral na zona norte de Londrina quanto aqueles que buscam ampliar seu eleitorado em uma das regiões mais populosas da cidade e com força suficiente para decidir o pleito.
Neste domingo (1º), a duas semanas das eleições, por entre as barracas de hortifruti e itens populares instaladas na avenida Saul Elkind, destacavam-se candidatos e apoiadores fazendo o corpo a corpo. Entre uma entrega e outra de santinhos, uma conversa mais próxima com possíveis eleitores na tentativa de ganhar o voto daqueles que ainda não se decidiram entre tantas opções.
Percorrendo a feira de ponta a ponta e registrando em vídeo toda a movimentação, um dos candidatos a prefeito acredita que esse contato mais próximo com o eleitor pode ser decisivo para o bom resultado nas urnas. “Tem muitas pessoas chegando até nós para conversar. É essa interação com a população que permite a gente sentir as necessidades do povo. Estou caminhando para o segundo turno, estou muito entusiasmado e vou chegar lá”, disse, confiante.
Tão popular na feira quanto o pastel vendido nas barracas, outro prefeiturável também circulava pelo local e demonstrava satisfação com a abordagem do público que o parava para tirar fotos, pedir material de divulgação e declarar seu apoio à campanha. Sem máscara, ele se aproximava dos seus simpatizantes e atendia a cada uma das solicitações. “Não sou político Copa do Mundo, que aparece de quatro em quatro anos. Minha conversa com o povo é o ano inteiro. Não estou pedindo voto, as pessoas vêm até mim espontaneamente”, declarou.
LEGISLATIVO
Com 564 candidatos na disputa por 19 vagas, entre os aspirantes a uma cadeira na Câmara Municipal a movimentação na feira era mais intensa neste domingo. Sob o sol forte, um deles ia e voltava, de ponta a ponta, incansável, acompanhado de um apoiador que carregava uma placa com o nome e o número da candidatura. Bastante conhecido pelos moradores da região norte, segundo ele, durante a semana tem se deslocado para outros pontos da cidade, mas aos domingos o corpo a corpo é na avenida Saul Elkind. “Tenho concentrado minha campanha aqui. Faz oito anos que faço um trabalho e sou conhecido pela comunidade. O importante é fazer a política antes da hora. Tentar conseguir votos perto das eleições é muito mais difícil”, refletiu.
“Eu sou do centro, mas fui diretora de uma escola na zona norte e conheço muita gente aqui do bairro. Junto com a minha equipe, estou conversando com a população para divulgar as minhas propostas, o meu programa de governo, para conhecerem o meu trabalho e também tenho que ouvir a comunidade”, disse uma candidata a vereadora.
ELEITORES
Entre os eleitores, as opiniões se dividem sobre a eficácia da abordagem realizada pelos concorrentes a uma vaga no Executivo e no Legislativo. Enquanto uns veem com simpatia a disposição dos candidatos em conversarem pessoalmente com o eleitorado e apresentarem suas propostas, outros olham com desconfiança. “É aquela mesma coisa de sempre. Só aparecem na época da campanha. Tem uns aí que têm que olhar no mapa pra conseguir chegar na zona norte porque fora do período eleitoral a gente fica esquecida. Eu já tenho meu candidato, é uma pessoa comprometida com a minha comunidade e que conhece os nossos problemas. Não é uma pessoa que apareceu do nada pedindo voto”, disse o vendedor Claudemir Luiz.
Opinião diferente tem a dona de casa Maria Aparecida Alves dos Santos, que se dizia tentada a mudar seu voto depois da conversa que teve com um candidato que conheceu na feira. “Eu ouvi as propostas, perguntei umas coisas que eu tinha interesse em saber e senti firmeza no que ele me disse. Antes da campanha começar eu pensava em escolher um, mas agora acho que esse outro está merecendo mais o meu voto. Por via das dúvidas, guardei os santinhos dos dois.”