A mais recente pesquisa Instituto Multicultural/FOLHA/Paiquerê 91,7, divulgada nesta quarta-feira (23), mostra que Londrina caminha para ter um segundo turno acirrado. A diferença entre o deputado estadual Tiago Amaral (PSD) e a ex-secretária Maria Tereza Paschoal de Moraes, a Professora Maria Tereza (PP), caiu de 15%, no levantamento do dia 17, para 6,5%. A dúvida é se essa tendência permanecerá até domingo (27), quando quase 400 mil londrinenses poderão ir às urnas para definir o próximo prefeito - ou prefeita - da cidade.

Na dianteira da corrida eleitoral, Tiago Amaral ressalta à FOLHA que “todas as pesquisas” apontam a sua liderança em Londrina. O levantamento desta quarta mostrou uma oscilação negativa de 3,5% do candidato, que marcava 48,5% no dia 17 e, agora, tem 45%.

“Agradeço a confiança e peço a todos que já decidiram votar na gente que nos ajudem nesta reta final a conquistar pelo menos mais um voto”, afirma Amaral. “Vamos fortalecer nossa união pelas famílias londrinenses, por uma gestão realmente competente e sensível às necessidades de Londrina.”

Questionado se há espaço para crescimento às vésperas da votação - buscando votos de indecisos ou de quem se absteve, por exemplo -, Tiago diz que vai seguir seu diálogo junto aos londrinenses, estimulando a comparação entre os planos de governo.

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"Quem compara percebe claramente que as nossas propostas são mais completas e atendem melhor às demandas da cidade do que as propostas da outra candidata. É assim que pretendemos conquistar tanto indecisos quanto os que deixaram de votar no primeiro turno", reforça.

Buscando se aproximar de Amaral, Maria Tereza viu sua intenção de voto subir de 33,5% para 38,5% na última semana.

Com o desafio de manter o fôlego na reta final, a prefeiturável diz que está conversando com todos os eleitores que votaram em outros candidatos no primeiro turno. “Também estamos focando nossa comunicação para chegar aos eleitores que não votaram no primeiro turno", acrescenta.

“Tenho recebido inúmeras manifestações de apoio, de pessoas que estão, voluntariamente, fazendo campanha para que vençamos a eleição no domingo. O eleitor está sabidamente convencido de que temos as melhores propostas, por isso esse crescimento enorme no segundo turno. Vamos vencer esta eleição com o apoio do eleitor da nossa amada cidade”, completa.

O levantamento mostrou que 8,5% dos entrevistados ainda estão indecisos e que 8% responderam nenhum, branco ou nulo.

ANÁLISE

Para o professor e analista político Elve Cenci, existem fatores que justificam a redução da distância entre os candidatos. “O Tiago não teve bom desempenho no debate na Tarobá [no dia 14]. Também tem adotado uma estratégia de ataques intensos a Maria Tereza. Atacar o adversário pode produzir estragos ou, como quase sempre acontece, a rejeição se volta para o próprio candidato que ataca”, avalia Cenci, que pontua que um escândalo político - como os ocorridos na gestão de Antônio Belinati - “produz estrago político durante um certo tempo" e, depois, "deixa de provocar prejuízo aos aliados políticos".

"A Maria Tereza é herdeira da administração do Marcelo, e não do Antônio. E a administração do Marcelo não teve escândalos e está com 70% de aprovação”, acrescenta. “Portanto, os ataques podem ter freado o crescimento do Tiago.”

O analista ainda afirma que a candidata do PP pode pegar carona em obras da gestão Belinati para fazer campanha. “O Tiago precisa desconstruir a atual administração e convencer o eleitor de que fará melhor. A tarefa dele é mais complexa.”

DEBATE DECISIVO

Na sexta-feira (25), os prefeituráveis ficarão frente a frente no debate organizado pela RPC, a partir das 22h, que poderá ser decisivo em um pleito apertado - para Cenci, se a tendência de aproximação dos candidatos permanecer, “é provável que o segundo turno seja um dos mais disputados da história de Londrina”.

No segundo turno de 2012, Alexandre Kireeff (PSD) venceu Marcelo Belinati (PP) com 50,53% dos votos válidos - uma diferença de apenas 2.978 votos. Em 1988, Antônio Belinati (PDT) superou José Tavares (PMDB) por 788 votos, em eleição de turno único.

"O debate pode ser decisivo. Um erro pode tirar os votos necessários para vencer”, ressalta o analista, que entende que a campanha eleitoral deste ano tem pecado ao não apresentar propostas exequíveis para a cidade.

“As duas candidaturas não têm sido propositivas. Os debates são de ataques e propostas superficiais. O debate da RIC [realizado no último sábado, 19 de outubro] mostrou a fragilidade das ideias apresentadas”, acrescenta. “As duas candidaturas chegaram ao segundo turno devendo um debate de alto nível para trazer para as urnas os 27,7% de eleitores que não votaram. Acho difícil que tenham atingido esse objetivo.”

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV termina nesta sexta-feira; com isso, os prefeituráveis deverão intensificar as ações corpo a corpo nos últimos dias da campanha.

O Instituto Multicultural divulgará neste sábado (26), em parceria com a FOLHA e a Paiquerê 91,7, a última pesquisa antes do segundo turno. No domingo, será divulgada boca de urna às 17h, após o encerramento da votação.

O levantamento desta quarta-feira ouviu 1.064 pessoas entre 19 e 21 de outubro, tendo margem de erro de 3% e nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o n° PR-06170/2024.