Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (PL) começa o segundo turno atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas fortalecido por um desempenho bem superior ao indicado pelos principais institutos de pesquisa.

Bolsonaro começa o segundo turno atrás de Lula, mas fortalecido por um desempenho bem superior ao indicado pelos principais institutos de pesquisa
Bolsonaro começa o segundo turno atrás de Lula, mas fortalecido por um desempenho bem superior ao indicado pelos principais institutos de pesquisa | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A campanha diz que Bolsonaro deve redobrar os ataques ao rival, para incendiar o antipetismo, aumentar a rejeição de Lula e tentar, assim, herdar a maioria dos votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT).

Aliados do presidente planejam uma reunião nos próximos dias para bater o martelo sobre qual será a estratégia no segundo turno. Algumas linhas gerais, no entanto, já foram desenhadas por assessores.

Oficialmente, bolsonaristas sabem que não poderão contar com o apoio oficial de Tebet e Ciro. Mas a avaliação é a de que grande parte desses eleitores rejeita o PT e, por isso, tende a votar em Bolsonaro.

O diagnóstico é que os votos da senadora serão mais fáceis de atrair, uma vez que Ciro tem um perfil mais à esquerda. No entanto, como o pedetista fez uma campanha marcada por críticas a Lula, o entorno do presidente afirma acreditar que também conseguirá conquistar ao menos uma parcela desses eleitores.

Um aliado celebrou ainda o fato de Ciro ter desidratado na reta final da campanha – justamente por seu eleitor ser visto como mais pró-Lula. Outro fator comemorado foi o desempenho de Bolsonaro em estados-chave, como São Paulo e Minas Gerais, grandes colégios eleitorais. Também destacaram que, no segundo turno, haverá paridade de tempo no rádio e na TV entre presidente e ex-presidente.

Um outro aliado destacou que o discurso que associa Lula à corrupção está surtindo efeito e que, no segundo turno, Bolsonaro deve equilibrar esses ataques com argumentos de que a economia tem ido bem – com destaque para medidas como o Auxílio Brasil e a redução do preço dos combustíveis.

Apesar de o discurso oficial ser o de que Bolsonaro seria reeleito no primeiro turno, assessores já davam como certo que o pleito seria decidido em duas rodadas. Mesmo que Bolsonaro tenha conquistado menos votos que Lula, a campanha comemorou nos bastidores o resultado divulgado neste domingo, uma vez que a diferença entre os dois candidatos ficou abaixo do apontado por institutos de pesquisas.

Assim, Bolsonaro deve insistir na tese chamada por aliados de "Datapovo", em que os institutos de pesquisa são desacreditados, uma narrativa que deve ser ampliada ainda mais, assim como o discurso de que o presidente é perseguido pelos veículos tradicionais da imprensa e até mesmo por outras instituições, devido aos enfrentamentos protagonizados com o STF (Supremo Tribunal Federal).

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