BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A câmera usada pela Presidência da República para gravar a reunião do dia 22 de abril passará por perícia.

Segundo auxiliares presidenciais, agentes da Polícia Federal recolheram o equipamento na tarde desta segunda-feira (25) no Palácio do Planalto.

Segundo relatos feitos à reportagem, o procedimento foi acordado previamente com a AGU (Advocacia-Geral da União). Procurada, a Polícia Federal não comentou.

A gravação da reunião foi divulgada na última sexta-feira (22) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello, relator do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.

A fita do encontro foi entregue pelo Palácio do Planalto ao ministro, que aceitou pedido feito pela AGU para não divulgar trechos da gravação referentes à China.

A equipe do procurador-geral da República, Augusto Aras, vê indícios de que o presidente cometeu delitos ao, supostamente, interferir na Polícia Federal.

A equipe considera que no vídeo divulgado e em mensagens de celular há evidências de que o presidente se movia pelo propósito de assegurar alguma vantagem a si próprio ou a terceiros.

A expectativa é de que, com o avanço das investigações, seja possível delimitar melhor qual é o tipo penal aplicável.

No domingo (24), o presidente fez crítica indireta a Mello e participou de manifestação com faixas contra Legislativo e o Judiciário.

No protesto, Bolsonaro promoveu aglomeração e não usou máscara de proteção, acessório que se tornou obrigatório no Distrito Federal em locais públicos desde o mês passado.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, deve telefonar para o presidente nos próximos dias para reforçar a recomendação de saúde.