Contrariando os pareceres da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e até da assessoria jurídica da Câmara, os vereadores de Cambé aprovaram o projeto de José Guilherme Trombetti Manoel (PTB) que permite o acompanhamento em tempo real a qualquer cidadão das ambulâncias do Samu. O placar da sessão desta segunda-feira (14) foi bem folgado: oito votos favoráveis e apenas um contrário. O autor não pôde votar.

Imagem ilustrativa da imagem Cambé: aprovado projeto de acompanhamento em tempo real de ambulâncias
| Foto: Reprodução/Prefeitura de Cambé

Único opositor, Carlos Alberto Abudi (DEM), mais conhecido como Berro, explicou no plenário porque não concorda com a proposta. "Em primeiro lugar, o Samu é de Londrina. Em segundo, tem que por radar no funcionário, porque tem gente que larga os pacientes para fazer política. E ele não é do meu partido", disse o parlamentar, sem citar o nome da pessoa.

Já José Guilherme, durante sua fala, lembrou a reportagem feita pela FOLHA sobre o assunto. Assim como respondido na matéria, ele comentou os pontos que considera como positivos da iniciativa. "Não acredito que os socorristas seriam mais pressionados. Creio que a população, vendo onde está a ambulância, ficará mais segura e ter confiança de que os profissionais já estão seguindo o seu trajeto. Também acho importante que o acesso seja liberado para qualquer pessoa. A modernidade chegou e não temos como voltar atrás", afirmou.

O vereador indicou que o monitoramento não geraria custos para a prefeitura. "Os veículos do Samu são equipados com GPS. O Facebook e o Google, por exemplo, possuem meios para o acompanhamento simultâneo. Seria preciso apenas sincronizar essas ferramentas", assegurou. Com a aprovação no Legislativo, o projeto segue para sanção ou veto do prefeito José do Carmo Garcia. A FOLHA perguntou qual decisão ele pretende tomar, mas a assessoria deve se manifestar somente à tarde.

Tanto a CCJ quanto o setor jurídico analisaram que a proposta de Zé Guilherme, como é conhecido no Legislativo cambeense, é inconstitucional, ou seja, não caberia à Câmara a criação desse aplicativo, mas somente ao Executivo.