A Câmara Municipal de Londrina (CML) derrubou nesta quinta-feira (23) a obrigatoriedade de concessionárias de automóveis da cidade plantarem e cuidarem de uma árvore a cada carro vendido no município. A votação feita em primeira discussão teve 15 votos favoráveis ao projeto de lei 271/2021, de Jairo Tamura (PL), que altera o artigo 2º da lei municipal 10.766/2009.

A proposta de Tamura prevê que, em vez do plantio, as empresas promovam campanhas educativas sobre preservação e sustentabilidade ambiental, além de estabelecer que os veículos tenham endereço em Londrina. “Queria deixar bem claro que eu não sou contra o meio ambiente. Queremos adequar a forma que foi feita a lei”, alegou o autor durante a discussão em plenário.

Os votos contrários foram de Lenir de Assis (PT) e Roberto Fú (PDT). Já Daniele Ziober (PP) se absteve. Em viagem oficial ao Rio de Janeiro para conhecer um novo sistema de painel eletrônico para o Legislativo, o presidente da Casa, Emanoel Gomes (Republicanos), não participou da sessão.

“Se não fosse a lei, seriam 40 mil árvores a menos”, apontou Lenir de Assis ao repercutir a informação relativa ao número de mudas plantadas pelas empresas nos últimos cinco anos. O dado foi apresentado aos parlamentares pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos de Londrina (Sincovave), Vilson Bassetto, que informou ainda que somente o Ribeirão Quati recebeu 364 novas mudas.

Segundo Bassetto, as empresas querem continuar com a iniciativa, “mas de uma forma diferente”. “É muito difícil para nós plantar e cuidar de árvore. Nosso negócio é comprar e vender carro”, declarou o presidente da entidade.

Texto deve receber emendas

Embora favoráveis à mudança, alguns vereadores reconheceram que Londrina sofre com um déficit de arborização e já sinalizaram que devem apresentar emendas ao texto. Uma das sugestões debatidas em plenário é a possibilidade de as mudas serem repassadas pelas empresas para a Secretaria do Ambiente de Londrina fazer o plantio e a conservação das espécies.

Sema é contra mudança

Ao longo da tramitação do PL, a Sema se manifestou contra a proposta. “O escopo da referida lei é a mitigação do efeito estufa através do plantio de árvores, uma ação direta de combate ao fenômeno [...] A inclusão de campanhas educativas de preservação e sustentabilidade do meio ambiente seria uma ação indireta de combate, não podendo ser comparada à primeira”, afirmou a secretaria.

O autor da lei também esteve na sessão. De acordo com o ex-vereador Rodrigo Gouvêa, a modificação “já foge do projeto”. “Quando você liga a chave [do carro], já está soltando gás carbônico”, disse ele.

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