A Câmara de Maringá encerrou as suas atividades ordinárias do primeiro semestre deste ano depois de um período conturbado devido à pandemia de Covid-19. Neste ano, foram realizadas 63 reuniões das Comissões Permanentes da Casa – Constituição e Justiça; Políticas Gerais; Orçamento e Finança – e ainda votados 272 projetos de lei em plenário. Desses, 66 eram projetos de lei complementar e 22 requerimentos de informação ao Executivo. Mesmo assim, o presidente do legislativo maringaense, o vereador Mário Hossokawa (PP), avalia que o período foi complicado. “Nunca tínhamos enfrentado uma dificuldade como essa. Apesar de termos mantido as sessões presenciais, a produção legislativa caiu bastante. A regularidade dos vereadores fora das votações não pode ser a mesma”, explica à FOLHA.

Imagem ilustrativa da imagem Câmara de Maringá encerra semestre com atividade menor
| Foto: Marcos Zanutto/7-5-2019

Um dos principais problemas enfrentados pela Câmara foi a pressão por parte dos setores produtivos diante das medidas de isolamento impostas pelo Executivo para combater o avanço do coronavírus na cidade. “Durante 30 dias, só funcionaram os serviços essenciais. Essa foi uma medida tomada pela prefeitura sem consultar a Câmara ou a associação comercial. Mesmo sem nossa participação, essas decisões refletiram diretamente em nós. A população nos vê como corresponsáveis e buscava o Legislativo para conseguir alguma flexibilização. Foi bastante tenso”, lembrou Hossokawa. O vereador considerou como fato mais importante do semestre a CPI da Saúde, que segue em curso e investiga os valores gastos para a compra de medicamentos. “Tudo foi provocado pela fala infeliz do secretário Jair Biatto, que afirmou que os medicamentos eram comprados até pelo triplo do preço. No entanto, até agora o que apuramos é que isso não ocorreu”, disse.

ELEIÇÕES

O ritmo dos trabalhos no segundo semestre deverá ser ainda mais lento, em especial por causa das eleições municipais marcadas para novembro. Tradicionalmente, nesse período o volume de trabalho é reduzido pela presença dos legisladores nos eventos de campanha para o pleito. Segundo Hossokawa, apenas o vereador Carlos Mariucci (PT) não concorrerá à reeleição e disputará a prefeitura. “Pela primeira vez, não existe coligação e todos já procuraram se alocar nos partidos. Estão todos os nervos à flor da pele, especialmente com o fato de a legenda não atingir o coeficiente eleitoral. Eu, na condição de presidente, precisarei tomar cuidado para não permitir excessos e impedir que a estrutura da Câmara e as dependências não sejam usadas para a campanha”, concluiu.