O isolamento social defendido pelo prefeito Marcelo Belinati (PL) e firmado em decreto até o dia 6 de abril não é consenso entre os vereadores ouvidos pela FOLHA. Nas redes sociais, após buzinaço favorável à reabertura imediata do comércio também surgiu uma corrente em contraponto à carreata, denominada #ficafirmeprefeito. As correntes dentro e fora do poder público mostram que as incertezas sobre impacto do vírus na saúde e na economia só aumentam na cidade.

O líder do prefeito na Câmara, Jairo Tamura (PL), diz que não há outra alternativa além do isolamento social decretado em Londrina. "Não há outra alternativa, é a medida mais adequada para o achatamento da curva de casos e (os critérios) são baseados em informações técnicas formada por médicos infectologistas e gestores de hospitais."

vereador Vilson Bittencourt (PSB) entende que neste momento o isolamento social é a única forma de frear o avanço da Covid-19
vereador Vilson Bittencourt (PSB) entende que neste momento o isolamento social é a única forma de frear o avanço da Covid-19 | Foto: Devanir Parra/CML

Já o vereador Vilson Bittencourt (PSB) entende que neste momento o isolamento social é a única forma de frear o avanço da Covid-19. Entretanto, diz que o efeito colateral da medida poderá ser preocupante para a economia local. Ele defende uma flexibilidade no decreto municipal para algumas atividades no comércio e prestação de serviços, mas não especificou quais. "Se houvesse uma equipe que fizesse uma avaliação apurada, encontraria uma infinidade de empresas que, obedecendo aos protocolos de prevenção, não estariam oferecendo riscos de contágio e disseminação do vírus."

IMPACTO ECONÔMICO

Até agora os vereadores acompanham à distância as medidas adotadas pela atual gestão, mas cobram participação mais efetiva. Nessa segunda-feira (30), por videoconferência, um grupo de parlamentares se reuniu para alinhar a participação da Câmara Municipal no enfrentamento da crise.

Segundo o vereador Eduardo Tominaga (DEM), para o comitê de parlamentares poder atuar com maior efetividade o Executivo precisa trabalhar com dados mais precisos, ou seja, a subnotificação de casos, por falta de testes rápidos, atrapalha no enfrentamento da crise, segundo ele. "A gente entende que o isolamento social é a forma de segurar a pandemia e que o município não está preparado para atender a uma demanda nos hospitais. Mas as respostas são lentas", opina.

Para Tominaga, apesar de não ser a hora de liberar a reabertura das atividades econômicas, será necessário trabalhar com dados técnicos para poder preparar orçamento municipal para o baque com a queda de arrecadação e os prejuízos aos micros e pequenos empresários. "O município terá que deixar claro até quando terá condições para bancar todos os custos. Mapear a situação de quantas empresas irão fechar, precisamos desses indicadores para poder agir."

Na prática, a principal medida tomada até agora pelo Legislativo foi o encaminhamento do projeto de lei que pretende transferir R$ 20 milhões do fundo da reforma do prédio da Câmara para a prefeitura poder aplicar na saúde e economia do município. A Câmara ainda aguarda os pareceres técnicos do jurídico e da controladoria para ter o amparo legal sobre a transferência e só depois o projeto será debatido pelas comissões temáticas.