Câmara cria CP contra prefeito de Mariluz
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terça-feira, 13 de março de 2001
Vânia MoreiraDe Umuarama
A Câmara de Vereadores de Mariluz (35 quilômetros a sudoeste de Umuarama) criou, anteontem à noite, uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito, o padre Adelino Gonçalves (PMDB). Gonçalves é acusado de mandar matar o vice-prefeito Aires Domingues (PPS) e o presidente do diretório do PPS, Carlos Alberto Carvalho. O crime aconteceu no dia 28 de fevereiro no escritório de Carvalho. O prefeito está foragido desde sexta-feira quando o Tribunal de Justiça (TJ) decretou a prisão preventiva dele.
A CP foi aprovada por unanimidade e tem 90 dias para concluir os trabalhos. Cerca de 300 pessoas acompanharam a sessão e aplaudiram a decisão dos vereadores. Segundo o presidente da Câmara, Benedito Oscar dos Santos (PPB), a CP vai apurar denúncias de assédio sexual feitas por dois adolescentes contra o prefeito. Ele disse que se as denúncias forem comprovadas, o prefeito pode ser cassado por falta de decoro. A CP é formada por José Roberto Souza (PFL), Joel Magalhães dos Santos e Osmar Brilhante, ambos do PPB.
A denúncia de assédio sexual teria motivado o crime. Gonçalves foi eleito com apoio do PPS e do PT. Em janeiro, Domingues e o presidente do PPS romperam com o prefeito. Carvalho estaria preparando um dossiê com as denúncias para tentar cassar o prefeito, que tem minoria na Câmara.
Gonçalves ainda pode ficar 10 dias fora do município. Se não reaparecer, o cargo é declarado vago e o presidente do Legislativo assume. Um dos advogados de Gonçalves, Mozarte de Quadros, de Curitiba, disse ontem que seu cliente está sendo orientado a se apresentar à Polícia Federal em Brasília, por questão de segurança. Os advogados pretendem ingressar com um habeas-corpus no TJ para reverter a prisão. Dois assessores dele também estariam envolvidos e estão sendo procurados pela Polícia. O autor dos disparos, o ex-policial Luiz Lucas Gomes confessou o crime e está preso.
