Com as galerias lotadas de trabalhadores das empresas de ônibus TCGL e Londrisul, a Câmara debateu nesta quinta (3) a greve da categoria e subsídios do governo do estado ao transporte público em Londrina.
Com as galerias lotadas de trabalhadores das empresas de ônibus TCGL e Londrisul, a Câmara debateu nesta quinta (3) a greve da categoria e subsídios do governo do estado ao transporte público em Londrina. | Foto: Devanir Parra / Divulgação CML

A Câmara de Londrina novamente repercutiu os efeitos da greve dos motoristas de ônibus nesta quinta (3). Desta vez com motoristas ocupando as galerias, os parlamentares aprovaram com urgência o envio de Indicações ao governo do Paraná e à Assembleia Legislativa solicitando subsídios para o transporte público em Londrina.

O vereador Eduardo Tominaga (União Brasil) cobra a participação do poder público para que o sistema de transporte possa funcionar. Ele lembrou que o repasse de recursos do governo estadual para subsidiar o transporte na região da capital paranaense é feito há anos. "A gente faz essas Indicações vendo todo o movimento que foi feito durante esses últimos anos em prol do transporte público de Curitiba e região metropolitana. Neste momento acho muito justo que o governo do Estado e a Assembleia Legislativa olhem para a cidade de Londrina, que é a segunda maior do Paraná e que está enfrentando problemas que todas as cidades grandes enfrentam. Existe um número menor de usuários, o que foi agravado com a pandemia, e a gente precisa adotar algumas políticas públicas para poder reduzir o preço da passagem e trazer mais usuários", afirmou Tominaga.

Na terça-feira (1º), a prefeitura de Curitiba havia informado que formalizou um convênio com o governo do Paraná – a ser assinado ainda neste mês – que prevê o aporte de R$ 60 milhões pelo Estado e de R$ 97 milhões pela capital para cobrir o deficit no sistema.

DEBATE

O líder do Executivo na Câmara, vereador Fernando Madureira (PTB), apresentou durante a sessão o comprovante do pagamento de R$ 1.963.937 da Prefeitura para as concessionárias do transporte público. O repasse foi determinado após audiência conciliatória na Justiça do Trabalho, ocorrida nesta quarta-feira (2), e deve ser utilizado para o pagamento de benefícios devidos aos funcionários. Ou seja, o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) referente a 2021 e um incremento de R$ 300 no vale-alimentação.

Segundo a vereadora Mara Boca Aberta (Pros), o repasse dos quase R$ 2 milhões poderia ter sido feito antes, evitando a paralisação. "Essa conversa, todo esse acordo que foi feito para chegar até aqui, poderia ter ocorrido antes, evitando esse imenso prejuízo que a população teve nesses dias que ficou sem o transporte e também os trabalhadores, haja vista que as empresas já disseram que vão ser descontados os dias em que eles ficaram parados. Vejo que há grande responsabilidade do Poder Público, do prefeito, que poderia ter evitado essa situação", afirmou a vereadora, que preside a Comissão Especial dos Transportes Públicos de Londrina.

Já o líder do prefeito na Câmara defendeu que o município precisa apurar antes o valor do desequilíbrio financeiro do ano passado, para que possíveis aportes sejam feitos de forma responsável. "O Executivo precisa ter um documento formal da empresa, um relatório do número de pessoas que usam os ônibus. Se o prefeito faz esse repasse antecipadamente, pode responder juridicamente por isso", disse Madureira.

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