A lista de obras atrasadas em Londrina foi pauta principal da sessão desta quinta-feira (19) da Câmara Municipal. Atendendo a convite dos vereadores, os secretários de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, e de Obras, João Verçosa, foram ao Legislativo explicar os motivos de tanta demora e extensão dos prazos dados às empresas.

Orçada em R$ 20 milhões, obra da Cidade Industrial é uma das que não avançam no município
Orçada em R$ 20 milhões, obra da Cidade Industrial é uma das que não avançam no município | Foto: Gustavo Carneiro

Uma das primeiras a falar, Mara Boca Aberta (PROS), usou reportagens da FOLHA para criticar pontualmente o atraso dos postos de saúde do Vivi Xavier, na zona norte, na Vila Brasil, área central, e no distrito de Lerroville. Todas são de responsabilidade da empresa N. Ferreira dos Santos, de Mauá da Serra (PR).

Depois de dois anos, a UBS da Vila Brasil foi entregue no começo do ano após uma série de intercorrências. A terceirizada anterior abandonou a obra com apenas 35% de execução e a Prefeitura de Londrina lançou um novo edital.

O prazo definido em contrato não foi cumprido e a administração municipal concedeu duas prorrogações, sem alterar o valor. As unidades básicas de Lerroville e do Vivi Xavier também estão com o cronograma atrasado.

“Essas obras estão indo aos trancos e barrancos. Reconheço que a empresa não tem estrutura para reformar tudo ao mesmo tempo, mas foi ela que ganhou as licitações. Estávamos quase rescindindo o contrato, mas demos outra chance em um aditivo de 45 dias”, admitiu Verçosa.

FRATERNIDADE

Os secretários também foram questionados por Mara Boca Aberta sobre a novela da UBS da Vila Fraternidade, na região leste, e uma das mais antigas da cidade. Inacabada desde 2020, a obra hoje só é um amontoado de concreto, que precisou ser vedado com tijolos para impedir o abrigo de usuários de drogas e vândalos.

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Verçosa disse que a construção do posto da Fraternidade foi “um completo azar”. Nesta semana, a prefeitura lançou a terceira licitação para resolver o problema. O preço máximo do processo é de R$ 1,2 milhão, a mais cara até então.

SAMU

Outro entrave é a construção da nova sede do Samu, ao lado do Terminal Rodoviário. A MTX Engenharia, de Palmitinho (RS), entrou em rota de colisão com o Município pela demora na entrega do prédio. Em ofício encaminhado ao Executivo, a fornecedora chegou a pedir até a suspensão do contrato.

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O secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, afirmou que as divergências foram resolvidas em uma reunião na semana passada. “Todo mundo pôde mostrar as mágoas, mas entramos em um acordo. Fui informado de que a empresa já comprou os materiais que faltavam e os trabalhos foram retomados”, argumentou.

CIDADE INDUSTRIAL

A Cidade Industrial foi outro assunto lembrado durante a sabatina. A obra atualmente está parada após a prefeitura ter rescindido o contrato com a Squadro, de Curitiba. A terceirizada não avançou com o serviço e recebeu diversas chances de dar andamento ao projeto, orçado em mais de R$ 20 milhões. O lançamento, inclusive, contou com a presença do governador Ratinho Jr. (PSD).

AVALIAÇÃO

As explicações de Cavazotti e Verçosa foram recebidas de forma diferente pelos parlamentares. Sônia Gimenez (PSB) citou a demora na entrega de postos, mas se disse convencida nos argumentos dos aditivos dados às terceirizadas.

“Eles explicaram claramente como e em quais critérios as prorrogações são concedidas”, comentou.

Giovani Mattos (PSC) teve a mesma opinião. “Na explanação dos secretários, acredito que apresentaram os motivos legais dos aditivos. Agora é continuar a cobrar que a execução saia no prazo”, completou.

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