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EM VOTAÇÃO UNÂNIME 5m de leitura

Câmara aprova proibição de venda de fogos de artifício em Londrina

Texto aguarda sanção e se refere a itens “com estampido ou estouro”; Jurídico vê matéria como inconstitucional por legislar sobre consumo

ATUALIZAÇÃO
09 de maio de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Câmara aprova proibição de venda de fogos de artifício em Londrina

Os vereadores presentes na sessão desta terça-feira (9) deram, em segunda discussão, voto unânime a favor do projeto de lei 42/2022, de Deivid Wisley (Pros). A matéria altera o Código de Posturas de Londrina e proíbe a venda de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos na cidade. O PL passou na forma de um substitutivo que, em comparação ao texto original, incluiu o termo “com estampido ou estouro” ao se referir a esses itens.

A nova configuração da proposta acaba com exceções que chegaram a ser listadas anteriormente, ampliando a proibição da queima dessa categoria de fogos de artifício a festividades religiosas ou de caráter tradicional, comícios e recepções políticas.

O autor do texto disse acreditar na sanção da regra por parte de Marcelo Belinati (PP). “Eu conversei com o prefeito na última sexta-feira (5) sobre esse projeto. Ele já me adiantou que vai sancionar a lei”, indicou Wisley.

inconstitucionalidade

Durante a discussão do PL, a Assessoria Jurídica do Legislativo classificou-o como inconstitucional por legislar em relação ao consumo – atribuição que, conforme apontado pelo setor especializado da Câmara Municipal de Londrina (CML), é exclusiva do governo federal e dos estados.

“O parecer tem que ser contrário também ao substitutivo [...], pois, ao fim das contas, as alterações acabam mantendo a proibição de venda (ainda que parcial) de fogos de artifício, o que se afigura inconstitucional, por invasão da competência da União”, escreveu o advogado Carlos Alexandre Rodrigues, do corpo jurídico da CML.

“Os vereadores votaram com convicção, porque isso [soltar fogos] não é legal, está ferindo o próximo, os seres humanos, os animais. É um projeto que foi amplamente discutido, inclusive com audiência pública, e esse projeto é em forma também de conscientização. É uma situação que não tinha mais como ficar ‘empurrando com a barriga’”, alegou Deivid Wisley.

GM não comparece

Também na sessão desta terça, era aguardada a presença da supervisora da Guarda Municipal Escolar Comunitária (GMEC), Cássia Munhoz Silva, para explicar ações de segurança nas unidades de ensino da rede de Londrina. A agenda, no entanto, não ocorreu.

“A questão da segurança nas escolas vai muito além das atitudes didáticas pedagógicas do GMEC”, justificou o secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, por meio de ofício enviado ao presidente da Casa, Emanoel Gomes (Republicanos).

Segundo Ramos, a unidade trabalha com “outras questões envolvendo o ambiente escolar [...], notadamente bullying, agressão física, psicológica e sexual por parte dos adultos, combate às drogas.”

A ida da GM atendia a um convite da vereadora Mara Boca Aberta (Pros), de tendência oposicionista à gestão Belinati. A parlamentar, entretanto, adiantou que vai insistir na presença da supervisora por entender que ela pode falar com detalhes do trabalho de combate à violência. “Infelizmente, o coronel Ramos não liberou que ela viesse. Vou refazer o convite para falar da questão da escuta [especializada] que é feita na escola. Eu queria falar com ela, não com ele.”

“Não se trata de mero capricho deste secretário quanto a definição de quem fala em nome da secretaria, mas em razão da competência legal, estatuída no decreto 494/2012, que regula as atribuições da secretaria de Defesa Social”, defendeu-se Ramos no documento.

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