Os vereadores presentes na sessão desta terça-feira (9) deram, em segunda discussão, voto unânime a favor do projeto de lei 42/2022, de Deivid Wisley (Pros). A matéria altera o Código de Posturas de Londrina e proíbe a venda de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos na cidade. O PL passou na forma de um substitutivo que, em comparação ao texto original, incluiu o termo “com estampido ou estouro” ao se referir a esses itens.

A nova configuração da proposta acaba com exceções que chegaram a ser listadas anteriormente, ampliando a proibição da queima dessa categoria de fogos de artifício a festividades religiosas ou de caráter tradicional, comícios e recepções políticas.

O autor do texto disse acreditar na sanção da regra por parte de Marcelo Belinati (PP). “Eu conversei com o prefeito na última sexta-feira (5) sobre esse projeto. Ele já me adiantou que vai sancionar a lei”, indicou Wisley.

inconstitucionalidade

Durante a discussão do PL, a Assessoria Jurídica do Legislativo classificou-o como inconstitucional por legislar em relação ao consumo – atribuição que, conforme apontado pelo setor especializado da Câmara Municipal de Londrina (CML), é exclusiva do governo federal e dos estados.

“O parecer tem que ser contrário também ao substitutivo [...], pois, ao fim das contas, as alterações acabam mantendo a proibição de venda (ainda que parcial) de fogos de artifício, o que se afigura inconstitucional, por invasão da competência da União”, escreveu o advogado Carlos Alexandre Rodrigues, do corpo jurídico da CML.

“Os vereadores votaram com convicção, porque isso [soltar fogos] não é legal, está ferindo o próximo, os seres humanos, os animais. É um projeto que foi amplamente discutido, inclusive com audiência pública, e esse projeto é em forma também de conscientização. É uma situação que não tinha mais como ficar ‘empurrando com a barriga’”, alegou Deivid Wisley.

GM não comparece

Também na sessão desta terça, era aguardada a presença da supervisora da Guarda Municipal Escolar Comunitária (GMEC), Cássia Munhoz Silva, para explicar ações de segurança nas unidades de ensino da rede de Londrina. A agenda, no entanto, não ocorreu.

“A questão da segurança nas escolas vai muito além das atitudes didáticas pedagógicas do GMEC”, justificou o secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, por meio de ofício enviado ao presidente da Casa, Emanoel Gomes (Republicanos).

Segundo Ramos, a unidade trabalha com “outras questões envolvendo o ambiente escolar [...], notadamente bullying, agressão física, psicológica e sexual por parte dos adultos, combate às drogas.”

A ida da GM atendia a um convite da vereadora Mara Boca Aberta (Pros), de tendência oposicionista à gestão Belinati. A parlamentar, entretanto, adiantou que vai insistir na presença da supervisora por entender que ela pode falar com detalhes do trabalho de combate à violência. “Infelizmente, o coronel Ramos não liberou que ela viesse. Vou refazer o convite para falar da questão da escuta [especializada] que é feita na escola. Eu queria falar com ela, não com ele.”

“Não se trata de mero capricho deste secretário quanto a definição de quem fala em nome da secretaria, mas em razão da competência legal, estatuída no decreto 494/2012, que regula as atribuições da secretaria de Defesa Social”, defendeu-se Ramos no documento.