Mesmo chamando de "plano B" para garantir fôlego para a Sercomtel, a gestão Marcelo Belinati (PP) tratou como prioridade e chamou de urgência para a pauta dessa terça-feira (9 ) o projeto de lei 53/2020 que prevê empréstimo de R$ 30 milhões para a telefônica por meio da Agência de Fomento do Paraná. Com 11 votos favoráveis e sete contrários, a Câmara Municipal de Londrina aprovou em primeiro turno a matéria que permite ao município contrair recursos por operações de crédito destinados à reestruturação administrativa da estatal.

Imagem ilustrativa da imagem Câmara aprova empréstimo de R$ 30 mi para Sercomtel
| Foto: Marcos Zanutto/13-7-2018

Votaram contra a medida os vereadores Eduardo Tominaga (DEM), Felipe Prochet (PSD), José Roque Neto (PSB), Junior Santos Rosa (PSD), Mario Takahashi (PV), Vilson Bittencourt (PSB) e Roberto Fú (PDT). Daniele Ziober (PP) se absteve. Como o quórum necessário para a aprovação era 10 votos, o projeto volta para segundo turno na próxima semana.

Por videoconferência, o presidente da Sercomtel, Claudio Tedeschi, voltou a defender o empréstimo como medida alternativa, caso a tentativa de um segundo leilão para privatizar a companhia - marcado para agosto - não tenha interessados em aportar recursos e assumir o controle acionário. Antes da votação, representantes da Fauel (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina) apresentaram aos vereadores a consultoria feita que apontou pontos positivos e negativos e sugestões para sanar o deficit da estatal londrinense. Entre elas, a que sugere o enxugamento do quadro de funcionários e diminuição de cargos de gerência e diretorias por meio de um PDV (Plano de Demissão Voluntária).

SOBREVIVÊNCIA

Líder do Executivo na Câmara, Jairo Tamura (PL) fez um resgate histórico da Sercomtel ao encaminhar o voto favorável para obtenção do empréstimo. "A ideia é garantir a sobrevivência para que depois se encontre sócios viáveis para tocar a empresa adiante. Se a gente der as costas para A Sercomtel, aí sim a levaremos ao endividamento público."

Voto contrário, Takahashi criticou a medida, mesmo que alternativa, de tomar crédito para sanar o deficit da Sercomtel. "O que me incomoda muito é o argumento de que não temos tempo. Acredito que desde 2016 os pré-candidatos a prefeito já tinham ciência da situação financeira da empresa." Segundo ele, outro entrave que o incomoda é falta de interesse da Copel, sócia do município, em aportar recursos. "O mínimo que o Executivo tem que fazer é trazer subsídios. Não encontrei no projeto o planejamento com os cálculos que demonstram que R$ 30 milhões serão suficientes para atingir os objetivos. Essas informações são cruciais." Já Vilson Bittencourt (PSB) ressaltou que o momento político é inoportuno com a queda de arrecadação e aumento de gastos na saúde por conta da pandemia de Covid-19.