MOGI DAS CRUZES, SP (FOLHAPRESS) - O vereador Caio Cunha (Podemos), 42, foi eleito neste domingo (19) prefeito de Mogi das Cruzes. Ele teve 58,39% dos votos contra 41,61% do prefeito e candidato à reeleição Marcus Melo (PSDB), 48.

Como vice, Cunha escolheu a professora Priscila Yamagami (Podemos).

Principal cidade do Alto Tietê, com 450 mil habitantes, Mogi não tinha segundo turno desde o ano 2000. No século atual, foi governada pelo mesmo grupo político, do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. O PL, partido do político, compunha a chapa de Melo com o candidato à vice.

Um momento de insatisfação dos mogianos com a gestão de Melo foi o aumento do IPTU na cidade, que gerou uma onda de manifestações em 2018. Com a pressão da população e de vereadores da oposição, a prefeitura voltou atrás da proposta de aumentar em 60% o valor cobrado.

Desde então, Melo pede desculpas e reconhece ter errado ao ouvir os técnicos que sugeriram o reajuste. O episódio abalou a relação do mandatário com o hoje deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), de quem o tucano foi sucessor na prefeitura.

Cunha foi um dos vereadores que estiveram à frente dos protestos contra o aumento. No primeiro turno, ele conseguiu superar o vereador Rodrigo Valverde (PT), também conhecido pela mobilização, e provocar um segundo turno na cidade ao receber 28% dos votos contra 42% de Melo.

Analista de Sistemas, em 2016, Cunha foi reeleito para a Câmara com mais de 5,7 mil votos, o mais votado na cidade. Até então, ele fazia parte do PV, partido da base de Melo. Em outubro, ele disse ao jornal Folha de S.Paulo que sempre teve uma atuação independente e que decidiu que mudaria de legenda após a orientação pelo voto a favor do IPTU, contrariada por ele.

Com R$ 369 mil para a campanha — Melo teve R$ 1,2 milhão—, Cunha conseguiu formar uma coligação com o Solidariedade e o PTB, e foi apoiada pelo PDT no segundo turno. O eixo do plano apresentado por ele é o aumento da participação dos mogianos nas decisões da prefeitura. Para isso, o vereador prometeu criar uma secretaria de participação popular.

Outra promessa é aumentar a geração de empregos na cidade.

“Mogi é uma cidade que tem um potencial incrível. A cidade de Mogi cresceu, mas não se desenvolveu. Ela não investiu em estrutura suficiente para lidar com toda a demanda feita pelo crescimento”, disse à Folha de S.Paulo.​