BRASÍLIA - Às vésperas da votação, em primeiro turno, da emenda que permitirá a sua reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso não parou de trabalhar pela aprovação da proposta. Reuniu os líderes da base parlamentar no Congresso para contar votos e atendeu individualmente parlamentares no Palácio do Planalto. No final da tarde, encontrou-se com todos os seis governadores do PSDB e com governadores de outros partidos aliados: Valdir Raupp (PMDB-Rondônia), o governador de Tocantins, Siqueira Campos (PPB), e Roseana Sarney (PFL), do Maranhão, além do pedetista Dante de Oliveira, do Mato Grosso.
FHC recebeu o deputado Carlos Alberto (PSDB-RN), que ficou quase 60 dias afastado do Congresso por problemas de saúde e voltou na última sexta-feira para votar a favor da reeleição. Ainda trêmulo em razão das sessões de quimioterapia a que se submeteu para a cura de um mieloma, o deputado afirmou que veio dizer ao presidente que está confiante na vitória.
O presidente também conversou com o peemedebista Antônio do Valle (MG) e o petebista Philemon Rodrigues (MG), que foi substituído da comissão de reeleição por manifestar-se contrário à emenda. Valle disse que queria conversar com o presidente sobre ‘‘assuntos de interesse da região e do Brasil’’, e que por convicção é favorável à reeleição. ‘‘62% da população da minha região é favorável à reeleição e eu não posso ser contra’’, argumentou.
Pela manhã, Fernando Henrique permaneceu no Palácio do Alvorada, onde recebeu o presidente nacional do PTB, senador José Eduardo Andrade Vieira (PR), e os ministros Clóvis Carvalho, da Casa Civil, e Eduardo Jorge, secretário-geral da Presidência. Eduardo Jorge, assim como o ministro dos Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos, também receberam parlamentares. O peemedebista Fernando Diniz (MG), veio tratar com Santos da eleição do líder do seu partido, deputado Michel Temer (SP), à presidência da Câmara dos Deputados.
No início da tarde, o presidente contabilizou com os líderes dos partidos aliados e o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), com os líderes do PFL, PMDB, PFL e os ministros Luiz Carlos Santos, dos Assuntos Políticos, e Sérgio Motta, das Telecomunicações, os votos favoráveis à emenda. O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), disse que o governo tem ‘‘certeza’’ da vitória e que a decisão de votar a emenda hoje sem apelar para votação ostensiva é a prova de que a aprovação é tranquila.