WashingtonO presidente norte-americano, George W. Bush, quer proibir agora, com seu plano para combater a corrupção empresarial, os empréstimos a juros baixos, benefício do qual se utilizou diversas vezes enquanto era empresário do setor petroleiro, afirmou ontem o diário The Washington Post. Segundo o jornal, quando Bush era membro do diretório da empresa Harken, entre 1986 e 1993, aceitou dois empréstimos da firma por um total de 180.375 dólares e utilizou o dinheiro para a compra de ações da própria empresa.
Os empréstimos das empresas a seus próprios executivos a juros baixos despertaram a atenção das autoridades depois que a empresa de telecomunicações Worldcom admitiu no mês passado irregularidades contábeis milionárias.
A Worldcom emprestou quase 400 milhões de dólares ao presidente da empresa, Bernard Ebbers, para que comprasse ações da firma. Ebbers renunciou na semana passada após revelar que a operadora ocultou despesas e exagerou ganhos para atrair investidores. Terça-feira, Bush condenou em um discurso pronunciado em Wall Street numerosas práticas empresariais e propôs, entre outros remédios, que ''as comissões de compensações (das firmas) ponham fim a todos os empréstimos de empresas a seus executivos''.
Casa Branca defendeA Casa Branca defendeu ontem a atuação empresarial do presidente, George W. Bush, e assegurou que os empréstimos a juros baixos liberados pela Harken, a companhia petroleira na qual era diretor, foram ''inteiramente apropriados''. A operação era ''plenamente conhecida'', disse Claire Buchan, porta-voz da Casa Branca, ao acrescentar que ''nos últimos anos se produziram abusos e há uma necessidade de reforma''.