Bolsonaro não precisa de cirurgia, mas segue sem previsão de alta, diz hospital
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terça-feira, 04 de janeiro de 2022
CAROLINA LINHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Hospital Vila Nova Star, onde Jair Bolsonaro (PL) está internado em São Paulo, descartou a necessidade de uma cirurgia e informou, nesta terça-feira (4), que a obstrução no intestino do presidente se desfez. Bolsonaro segue, contudo, sem previsão de alta.
"A evolução do paciente clínica e laboratorialmente segue satisfatória e será iniciada hoje uma dieta líquida", afirma o boletim divulgado na manhã de terça.

Bolsonaro foi internado com obstrução intestinal na madrugada de segunda-feira (3), interrompendo suas férias no litoral de Santa Catarina após ter sentido dores abdominais.
Nesta terça, o médico responsável pelo tratamento intestinal de Bolsonaro desde a facada sofrida em 2018, Antônio Luiz Macedo, descartou, por enquanto, a possibilidade de uma cirurgia, segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo.
Bolsonaro respondeu ao tratamento conservador, o que afastou a possibilidade de intervenção neste momento. Na segunda, Macedo havia afirmado também à Folha de S.Paulo que provavelmente o presidente não passaria por cirurgia.
Ele começou a receber antibióticos e alimentação por meio de sonda nasogástrica, hidratação e reposição de glicose e eletrólitos (especialmente sódio e potássio) para que seu intestino voltasse a funcionar.
O boletim médico divulgado na noite de segunda-feira afirma que Bolsonaro "apresentou melhora clínica após a passagem da sonda nasogástrica, evoluindo sem febre ou dor abdominal".
A avaliação sobre a necessidade de cirurgia dependia da chegada de Macedo ao hospital. O médico estava de férias nas Bahamas e voltou para São Paulo na madrugada desta terça. Segundo o cirurgião, um avião providenciado pelo hospital fez seu transporte --o Vila Nova Star não respondeu se repassará os custos à Presidência da República.
A Folha de S.Paulo fez um orçamento de voo fretado das Bahamas a São Paulo com duas empresas e obteve custos de R$ 340 mil e R$ 680 mil.
A equipe médica suspeita que a obstrução intestinal, com retenção de líquido na cavidade intestinal, seja resultado de má alimentação, não por excesso ou falta de atividades físicas.
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) retornou nesta segunda a Brasília após o período de ano novo. A previsão é que ele volte a despachar no gabinete da vice-presidência na próxima semana.
Segundo auxiliares, Bolsonaro deve permanecer no exercício da Presidência durante o tempo no hospital --como ocorreu em ocasiões anteriores. Mourão só deve assumir interinamente a Presidência caso Bolsonaro precise se submeter a uma cirurgia que o deixe momentaneamente inconsciente.
"Julgo que [Bolsonaro] continuará a exercer suas funções normalmente", disse o vice, ao ser questionado sobre o assunto.

