São Paulo - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado nesta segunda-feira (11) em São Paulo para tratar distúrbios digestivos. Ele chegou no início da tarde ao hospital Vila Nova Star. Segundo a assessoria do político, o ex-presidente vai fazer uma correção de alças intestinais e outra de hérnia de hiato. Além disso, Bolsonaro deve realizar uma cirurgia de desvio de septo.

O procedimento nas alças intestinais tem como objetivo tratar lentidão ou obstrução na região.

As alças intestinais são uma parte móvel do intestino. Cirurgias anteriores ou traumas podem gerar nelas aderências - uniões indesejadas a outros órgãos ou tecidos. As aderências dificultam o trânsito das fezes, causando obstrução ou lentidão.

Além da dificuldade para defecar, o quadro pode causar dor e acúmulo de gases. Já a correção de hérnia de hiato serve para tratar o refluxo. O hiato é um orifício entre abdome e tórax. Na doença, parte do estômago sai do abdome e vai para o tórax. A cirurgia é feita para diminuir o tamanho do hiato afrouxado e voltar com o estômago para o abdome.

Para especialistas, é pouco provável que essa cirurgia e a de desvio de septo se relacionem com a facada que Bolsonaro recebeu durante a campanha eleitoral de 2018. A correção das alças intestinais, porém, pode ter relação, já que o intestino está mais passível de complicações quando passa por intervenções cirúrgicas ou traumas.

A assessoria do ex-presidente já relacionou "sintomas e exames" que motivaram as cirurgias ao atentado, mas não especificou qual é o estado atual de saúde do político.

Bolsonaro já passou por quatro cirurgias para tratar complicações da facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira. O ex-presidente foi ferido na altura do abdome enquanto era carregado por apoiadores em uma manifestação de rua. O episódio ocorreu em Juiz de Fora (MG).

O agressor está em uma penitenciária de segurança máxima em Mato Grosso do Sul, mas pode ser transferido para um hospital psiquiátrico.

Nesta segunda-feira, duas mulheres protestaram contra Bolsonaro na porta do hospital. Elas seguram cartazes em que afirmam que desejam multa e prisão do ex-presidente, não infarto ou câncer, como ele desejou a Dilma Rousseff (PT).

"Protestamos porque Bolsonaro falsificou o cartão de vacinação, foi o mandante do 8 de janeiro. Ganhou muitas joias e precisa ser investigado por isso", afirma Edva Aguilar, 66, enfermeira aposentada.

Simone Rego, 50, é filiada ao PT e professora de português na Cidade Tiradentes, bairro do extremo leste da cidade. "Protestamos contra os 400 mil mortos que existiram durante a pandemia, a vacina que ele falsificou e as joias".

Elas afirmam que representam grupos de resistência e a favor da democracia, mas não citaram nomes desses movimentos.