SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a aliados com que se reuniu nos últimos dias que seu plano político é o de se lançar candidato a senador em 2026. Com isso, ele vê a possibilidade de liderar um bloco numeroso na Casa, formado por parlamentares identificados com ele.

Mato Grosso, Rondônia e Distrito Federal, onde o bolsonarismo é forte, são consideradas opções preferenciais para o lançamento de sua candidatura a senador, que, segundo Bolsonaro, poderia fechar seu ciclo parlamentar, já que ele teve mandatos como vereador e deputado federal.

Ele exclui o Rio de Janeiro, onde construiu sua carreira política, por causa do filho Flávio Bolsonaro (PL), que deve tentar a eleição.

São Paulo, por sua vez, pode ver uma tentativa de outro filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), lançar seu nome ao Senado. Além deles, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também pode buscar uma cadeira na Casa.

BLOCO DE OPOSIÇÃO

Em caso de vitórias do grupo, Bolsonaro projeta liderar um bloco no Senado com os três familiares e também aliados próximos que já estão lá, como Damares Alves (Republicanos-DF), Rogério Marinho (PL-RN), Jorge Seif (PL-SC) e Marcos Pontes (PL-SP).

O projeto só poderá ser colocado em marcha caso Bolsonaro chegue a 2026 em condições jurídicas de disputa. Atualmente, 16 ações de investigação que podem torná-lo inelegível.

CRÍTICAS A LULA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o presidente Lula (PT) por cobrar dos Estados Unidos o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de um ano.

Bolsonaro rebateu as críticas de Lula aos EUA, que, segundo o petista, "incentivam" a guerra entre Rússia e Ucrânia. Declarações foram feitas em Pequim, onde Lula esteve nos últimos dias.

"Vexame para a política externa", disse Bolsonaro. Ex-presidente também mencionou Dilma Rousseff e João Pedro Stédile, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que acompanha Lula na China.

"Da China, o cara acusa os EUA de incentivar a guerra. Diz também que o conflito, no momento, só está interessando a [Vladimir] Putin e a [Volodymyr] Zelensky. Lula, Dilma e Stédile, juntos, mais um vexame para a política externa brasileira", disse no Twitter.

Bolsonaro esteve com presidente russo antes da guerra. Ex-presidente se encontrou com Vladimir Putin menos de uma semana antes de a guerra na Ucrânia começar, em fevereiro de 2022.

Na ocasião, Bolsonaro disse ser "solidário" à Rússia. A fala soou mal, uma vez que já existia a ameaça de invasão da Ucrânia pela Rússia. Depois, em comunicado, explicou ser solidário "a todos os países que querem e se empenham pela paz".

Encontro foi visto de forma negativa pelos EUA. Naquele momento, o mundo vivia uma das maiores crises de segurança desde o fim da Guerra Fria. Especialistas também criticaram a visita de Bolsonaro à Rússia, dizendo que o timing foi "muito ruim".

CLIMÃO

Bolsonaro não tem boa relação com Joe Biden. Embora tenha criticado as falas de Lula sobre os EUA, o ex-presidente brasileiro já teve uma série de divergências com o americano.

Primeiro "climão" veio depois da eleição de Biden, em 2020. Após o democrata derrotar Donald Trump, Bolsonaro levou 38 dias para parabenizá-lo, sendo o último líder do G-20 a cumprimentar o novo presidente. Apenas Kim Jon-Un, ditador da Coreia do Norte, demorou mais.

Bolsonaro também disse, sem provas, que houve "fraude" na eleição de Biden. Segundo reportagem da Reuters, o diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA) chegou a dizer a funcionários brasileiros que Bolsonaro deveria parar de questionar o sistema de votação americano. (Com UOL)