Bolsonaro adota discurso do medo a apoiadores em Umuarama
Presidente esteve no Noroeste para participar de entrega de trecho da Estrada da Boiadeira
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 03 de junho de 2022
Presidente esteve no Noroeste para participar de entrega de trecho da Estrada da Boiadeira
Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou um discurso de medo em fala aos seus apoiadores, repetiu ameaças sobre as eleições de outubro, falou em ir à guerra contra inimigos internos e distorceu fatos sobre casos de corrupção em seu governo. O discurso foi feito nesta sexta-feira (3) em Umuarama (Noroeste), onde o presidente participou da cerimônia de entrega de trecho da BR-487, a Estrada da Boiadeira.
Bolsonaro citou a pandemia, as políticas de enfrentamento à Covid-19 e a guerra na Ucrânia como causas da crise e da escalada da inflação dos alimentos e dos combustíveis no país. E voltou a falar em inimigos internos. "A realidade é bastante dura para todos nós. Como se não bastassem esses problemas, nós todos aqui e não apenas eu, temos problemas internos no Brasil. Hoje não mais os ladrões de dinheiro do passado, surgiu uma nova classe de ladrão, que são aqueles que querem roubar a nossa liberdade".
Na sequência, pediu aos eleitores que tenham mais interesse neste assunto e disse que, "se precisar, iremos à guerra". Disse que todos devem ter compromisso com o Brasil e não só os militares, que juraram defender o país. "Todos nós temos que nos informar e se preparar porque não podemos deixar que o Brasil siga o caminho de alguns outros países aqui na América do Sul", disse o presidente, citando Venezuela, Argentina e Chile.
Bolsonaro tem feito uma série de ameaças de sobre as eleições, no momento em que aparece distante do ex-presidente Lula (PT) nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o último Datafolha, por exemplo, o petista poderia vencer a disputa já no primeiro turno.
No discurso desta sexta, o presidente voltou a ignorar casos de corrução em seu governo e as investigações sobre "rachadinhas" que envolvem sua família, os inícios de fraude no uso de recursos de emendas para atender parlamentares aliados e obras com suspeitas de superfaturamento.
"Nos afastamos da corrupção. Estamos há três anos e meio sem falar nisso. Sempre digo, se aparecer corrupção em nosso governo, que pode acontecer, nós ajudaremos a esclarecer os fatos", disse.
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