Imagem ilustrativa da imagem Bolsonaristas negam afronta a Congresso em manifestação marcada para março
| Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A manifestação convocada em apoio ao governo Bolsonaro para o dia 15 de março provocou reações no Congresso e no STF (Supremo Tribunal Federal). Em Londrina, a convocação pelo ato na Avenida Higienópolis já circula nas redes sociais por convite feito por assessores do deputado federal Filipe Barros (PSL). Entretanto, o deputado londrinense nega que o ato tenha o intuito de colocar a população contra as instituições.

Segundo Barros, existe uma parte do Congresso que quer implementar um "golpe" junto com a imprensa para implantar o sistema parlamentarista no Brasil, tirando o poder do presidente da República para definir questões fundamentais como o orçamento público, por exemplo. "Pelo contrário, queremos fortalecer nossas instituições, que estão sendo vilipendiadas". Ele afirma que o vídeo compartilhado pelo presidente Bolsonaro no whatsapp não fala contra o Congresso, mas contra personagens. "Se esses deputados querem controlar o orçamento, eles precisam se candidatar à presidência."

Já o presidente Jair Bolsonaro chamou de "tentativas rasteiras de tumultuar a República" as interpretações sobre ele ter compartilhado um vídeo em apoio a atos. Em rede social, Bolsonaro não negou ter enviado a amigos por whatsapp um vídeo em que convoca a população a ir às ruas. Afirmou usar esse aplicativo para trocar mensagens de "cunho pessoal". "Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", completou o presidente em publicação nas redes sociais nessa quarta-feira (26).

STF E OAB

O decano do STF, ministro Celso de Mello, afirmou que a conclamação de Bolsonaro para os atos, "se confirmada", revela "a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!!".

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, disse que o ato de Bolsonaro, se confirmado, pode abrir caminho para pedido de impeachment. "Entendo que é inadmissível, o presidente está mais uma vez traindo o que jurou ao Congresso em sua posse, quando jurou defender a Constituição Federal. A Constituição e a democracia não podem tolerar um presidente que conspira por sua supressão", afirmou Santa Cruz.

Para Filipe Barros, qualquer tentativa de associar a convocação ao ato ao impedimento do presidente Bolsonaro é patética. "A manifestação tem pauta única de apoio a Bolsonaro. Crime é o que foi feito pelo governo do PT, que para controlar o Congresso no seu primeiro mandato comprou deputados por meio do 'mensalão' via dinheiro público retirado das estatais. Bolsonaro, ao contrário, fez uma reforma impopular como da Previdência com apoio de grande parte da população." (Com Folhapress)