O juiz da Vara de Execuções Penais de Londrina, Katsujo Nakadomari, expediu novo mandado de prisão contra Emerson Miguel Petriv, o deputado federal Boca Aberta (Pros) por infração penal em regime semi aberto por período de 22 dias. A decisão proferida na terça-feira (15) foi feita pelo MP (Ministério Público) do Paraná por pertubação do sossego por conta da denominada "Blitz da Saúde".

O parlamentar foi acusado de perturbar os trabalhadores e pacientes de uma UPA de Londrina nos dias 5 e 6 janeiro de 2017. Boca Aberta, que na época era vereador na cidade, foi até a unidade de saúde com o intuito de fiscalizar os trabalhos dos profissionais, depois de receber uma denúncia de atraso nos atendimentos médicos. Segundo testemunhas ouvidas pelo MP, o então vereador entrou em locais restritos a enfermeiros e médicos e na sala de uma médica, sem autorização. Boca Aberta filmou toda a ação durante o período que esteve na UPA.

Pelos mesmos fatos, Boca Aberta foi condenado a pena de 17 dias de prisão em regime inicial semi aberto no dia 24 de outubro de 2020 quando ocorreu o trânsito em julgado do processo pela 4ª turma do TJ (Tribunal de Justiça). Mas na prática, conseguiu redução de pena e ficou apenas dois dias presos no Creslon (Centro de Reintegração Social de Londrina) durante o período eleitoral no ano passado quando disputou sub judice a eleição para prefeito e terminou em segundo lugar com 7,17% dos votos válidos.

Boca Aberta tem duas condenações por confusões causadas nas denominadas "blitze da saúde". Na decisão do ano passado, foi aplicada medida cautelar e Boca Aberta ficou proibido de entrar em qualquer unidade de saúde de Londrina. Procurado pela FOLHA, o deputado federal disse que os 17 dias poderão ser reduzidos para quatro dias e três noites no Creslon. "A Justiça londrinense é um piada. É uma perseguição do judiciário. Eu não vou recorrer. Eu prefiro ser preso por trabalhar pelo povo, prefiro denunciar médico dormindo na UPA do que ser preso roubando dinheiro do povo. Qual o crime que eu cometi? Estou sendo preso pela segunda vez por ajudar o povo. Os médicos estavam dormindo no plantão da UPA, recebendo da Unimed, mas dormindo na UPA. Não tenho etiqueta, eu tenho ética e eles não me aceitam isso." No mesmo áudio, o deputado dirigiu ofensas contra promotores e juízes da comarca de Londrina e acusou o Judiciário de complô contra sua família.