O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), disse que não pretende interferir no debate de ampliação de número de vereadores na Câmara Municipal que está em curso nos bastidores da Casa e pode ser apreciado ainda neste semestre. Ele foi questionado sobre o tema em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (9) no auditório da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) durante evento voltado à microempresários.

O assunto deve ser discutido pela Mesa Executiva e é defendido pelo atual presidente do Legislativo, o vereador Emanoel Gomes (Republicanos). O objetivo é aumentar das atuais 19 para 23 cadeiras em 2025, mas o teto permitido pela emenda constitucional 58/2009 é de 25 vagas para municípios de 450 mil a 600 mil habitantes, como é o caso de Londrina

"A Câmara de Vereadores é um poder autônomo e independente. Eles [vereadores] têm total independência para definir esses parâmetros. É uma responsabilidade deles, vamos aguardar se irão apresentar esse projeto ou não. Vamos respeitar a opinião deles", tergiversou Belinati.

Ao ficar em cima do muro sobre o tema, o prefeito de Londrina vai na contramão da declaração do prefeito de Arapongas, Sergio Onofre (PSC), que classificou de "absurdo, besteira e desnecessário" o aumento de 15 para 17 cadeiras. Em Arapongas, na Região Metropolitana de Londrina, o projeto já passou em votação em primeiro turno na Câmara Municipal na sessão de segunda-feira (7), com 13 votos favoráveis e 1 contrário.

Mesmo sem cravar um posicionamento, Belinati disse acreditar que os vereadores poderão ser cobrados pelos eleitores sobre a decisão em benefício próprio. "Eu vejo que os vereadores são representantes do povo, são eleitos pela população e eles têm autonomia. Eles serão cobrados ou não pela população em relação à postura que defenderem."

Belinati afirmou ainda que não pretende interferir nos votos de vereadores da sua base de sustentação na Casa. Ele também disse que a questão de impacto orçamentário deve ser avaliada pelos próprios parlamentares. "A Câmara de Vereadores tem um percentual de recursos previsto e autorizado para seu orçamento. Mas é como eu disse: o Legislativo é um poder independente, assim como é o Judiciário", finalizou.

Londrina chegou a ter 21 vereadores. A última legislatura com esse montante foi a de 2001 a 2004, mas houve queda na composição após pressão social.