Imagem ilustrativa da imagem Belinati é sabatinado na Câmara sobre aditivos nos contratos do transporte público
| Foto: CML/Imprensa/ Devanir Parra

Convocados pela Comissão de Transportes Públicos da Câmara Municipal de Londrina, o prefeito de Londrina Marcelo Belinati (PP), o presidente da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Marcelo Cortez e o diretor de transportes, Wilson de Jesus, foram sabatinados pelos vereadores na sessão desta terça-feira (14) por quase quatro horas sobre os aditivos de mais de R $ 21 milhões firmados nos contratos com as duas empresas que operam o serviço na cidade, a TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e a Londrisul.

O assunto veio à tona após reportagem da FOLHA que deu publicidade aos valores firmados no contrato de pedido de reequilíbrio financeiro do sistema referente ao período de março a dezembro de 2020. Belinati e Cortez justificaram que houve transparência na divulgação do contrato assinado no final de junho e das parcelas de cerca de R $ 3,6 milhões já empenhadas.

A vereadora Jessica Moreno, a Jessicão (PP), relatora do colegiado, questionou que algumas informações no SEI (Sistema Eletrônico de Informações) da prefeitura sobre o transporte estão restritas. Já a vereadora Marly de Fátima Ribeiro, a Mara Boca Aberta (Pros) cobrou a falta de publicidade em relação ao tema. "Nós nos propusemos a discutir se terá subsídio ou não. Me preocupo também com uma paralisação futura que já foi anunciada pelas empresas por conta da queda dos passageiros. Apesar de legal, faltou publicidade na divulgação dos dados ", cobrou a parlamentar.

Marcelo Cortez rebateu as críticas dos vereadores e justificou que os dados foram publicados de forma transparente. “Fizemos tudo à luz da lei. Foi feito o termo aditivo, um fato que gerou o pedido e a publicação no diário oficial e o aditivo se encontrava no site da CMTU.

Mara Boca Aberta ainda questionou os 32% de redução de custos que as empresas tiveram no período com as linhas que foram retiradas de circulação, entre outros fatores. A vereadora ainda solicitou a volta do serviço de maneira integral. O diretor da CMTU explicou que as adequações foram feitas para os custos de recuperação. “Parte desses serviços já retornaram. As linhas suspensas basicamente são aquelas que atendem as universidades que estão no virtual. No caso da UEL, estamos com previsão do retorno das linhas em 22 de janeiro de 2022 com o retorno das aulas ”, anunciou Jesus.

REEQUILÍBRIO 2021

Os vereadores também questionaram o Executivo sobre o pedido de reequilíbrio financeiro sobre as perdas das empresas referentes ao ano de 2021, que ainda não teve valor divulgado. “As empresas protocolaram o pedido de reequilíbrio e logicamente temos que fazer todas as análises, mas não temos isso fechado. O possível reequilíbrio corresponde ao ano inteiro e nós não temos os documentos das empresas", esclareceu Cortez. O presidente da CMTU disse que outro assunto que está na mesa de debate é a negociação sobre o pedido do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte) sobre o reajuste do salário dos motoristas que deve impactar no valor da tarifa em janeiro de 2022, que atualmente está em R$ 4,25.

O prefeito disse que todas as variáveis ​​estão sendo calculadas em relação ao custo do sistema, como a queda de passageiros e perspectivas para o transporte público pós-pandemia. Mesmo com o retorno da maioria das atividades, segundo ele, o sistema em novembro de 2021 estava com 65% da capacidade do que operava em 2019. “Há um lapso aí. O custo do sistema é de R $ 11 milhões por mês.A tarifa não cobre o custo. A tarifa técnica no momento mais dramático seria R$ 9,00. A tarifa (técnica) hoje está em R$ 5,80, mas a gente tem que pensar como será em 2022. Tem que finalizar o ano. Muita gente deixou de andar de ônibus, estamos falando em 50 mil pessoas e precisamos encontrar um caminho ”.

Belinati voltou a afirmar que o município não faz subsídio no transporte público e lembrou que em Curitiba e região metropolitana o sistema conta com ajuda financeira do Governo do Estado. "O subsídio mantém o lucro do sistema. O modal de transporte entrou numa espiral muito delicada. Em Curitiba foram R$ 500 milhões de subsídios em dois anos."

Roberto Fú (PDT) rebateu os argumentos que todas as vezes em que as empresas de ônibus têm prejuízos elas recorrem na Justiça e quem paga é o contribuinte. "Se as empresas não levam o que querem, elas ameaçam romper o contrato. Quando há um lucro elas não dividem. Quando procurado um pneu mais barato, mérito dela. Mas quando tem prejuízo, elas correm para o outro lado", criticou o vereador sobre o aditivo do reequilíbrio.