Após o indeferimento da sua candidatura à Prefeitura de Londrina, Barbosa Neto (PDT), da coligação “Quem manda é o povo” (PDT e Federação Psol/Rede), convocou uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (6) para indicar seus próximos passos. Ele estava ao lado do empresário Ildo Yukio Marubayashi, seu vice, e da sua equipe jurídica, e reuniu candidatos a vereador e apoiadores no comitê da campanha, na avenida Saul Elkind, na zona norte.

Na sentença, a juíza Camila Tereza Gutzlaff Cardoso, da 42ª ZE (Zona Eleitoral), aponta que em um acórdão deste ano da 5ª Câmara Cível do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) está clara a suspensão dos direitos políticos do candidato por seis anos - além de outras sanções. A condenação diz respeito às supostas irregularidades no curso de formação profissional da GM (Guarda Municipal), em 2010, quando Barbosa era prefeito, e também foi citada pelo MPE (Ministério Público Eleitoral).

Em uma fala antes de atender aos repórteres, o candidato agradeceu ao apoio recebido nas últimas horas e disse que está fazendo uma campanha “pé no chão” em Londrina. Ele alega estar “enfrentando essa máquina, que é a estrutura dos governos que estão contra mim” - o que tem sido um discurso frequente do prefeiturável.

Barbosa afirma que não está concorrendo para tumultuar o processo eleitoral e defende estar elegível. “Tanto é que nenhum adversário, nenhuma coligação, entrou, no prazo, para contestar minha elegibilidade. E, aí, vem o Ministério Público, 15 dias depois do prazo já vencido, interpor um recurso, atrapalhando o processo eleitoral”, critica.

"Não é possível que eu vou ficar sendo perseguido toda vez que tenho possibilidade de ganhar a eleição. Da outra fez foi a campanha do Marcelo Belinati, que entrou e ficou impugnado o nosso nome. Passou a eleição e meus votos foram contabilizados. Parece até uma perseguição, agora novamente isso. Nem foram os adversários, mas extemporaneamente o MP. Atrapalha o processo de eleição, embaralha o jogo”, completa.

‘EXCESSO DE PRECIOSISMO’

O candidato garante que a campanha segue e diz que seus adversários "esfregam as mãos comemorando a vitória antecipada", mas que "muita coisa ainda pode acontecer". O primeiro turno está marcado para 6 de outubro.

“Eu creio que essa perseguição vai levar para a opinião pública: ‘Pô, de novo, o que eles querem com o Barbosa?’. Tem o sentimento de comoção que eu estou sentindo nas redes sociais”, afirma o pedetista, que argumenta que “não tem nada" que o impeça de ser candidato.

A respeito da condenação por supostas irregularidades no curso de formação da GM, que motivou o indeferimento, o ex-prefeito diz que foi absolvido na esfera criminal e que “é um excesso de preciosismo”. “Temos esperança que isso vai ser revertido, senão a [Justiça] Criminal, o Tribunal de Contas teriam me impugnado, minhas contas foram aprovadas pela Câmara Municipal”, acrescenta.

Barbosa ainda avalia que o promotor “faz o seu papel”, mas aponta que já venceu o Ministério Público em outros processos.

“Qual foi o cidadão brasileiro, o prefeito que respondeu tantas acusações e foi inocentado de todas elas. Passaram-se 14 anos e eu quero continuar andando de cabeça erguida”, pontua o candidato, que diz que sua cassação, em 2012, “foi uma armação da Câmara”.

JULGAMENTO RÁPIDO

O advogado Jordan Rogatte de Moura relata que a defesa já entrou com recurso no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) e que o indeferimento da candidatura foi recebido com surpresa. A expectativa é que o julgamento do recurso aconteça antes das eleições.

“Estamos tranquilos que essa decisão será revertida no TRE-PR, tanto que ontem [quinta-feira] o recurso já foi interposto. A campanha do Barbosa Neto continua normalmente, o recurso será julgado o mais breve possível, para que o deferimento do registro seja confirmado”, explica Moura, que voltou a dizer que o MPE perdeu o prazo para pedir a impugnação do candidato. "Nós respeitamos a decisão em primeira instância, mas, em matéria eleitoral, quem detém toda essa especialidade é o TRE-PR."