Imagem ilustrativa da imagem Autoridades avaliam estágio político e econômico de Londrina aos 85 anos
| Foto: Marcos Zanutto/10-10-2019

Dois dados socioeconômicos divulgados em 2019 refletem bem os desafios a serem enfrentados pela cidade de Londrina nos próximos 15 anos, data do centenário. Na área social, a pesquisa feita por diversas entidades apontou que a cidade tem mais de mil moradores de rua. A maioria diz que o principal motivo é envolvimento com droga (42%), mas 25% elencam o desemprego. Outro dado divulgado na semana passada pelo manual de indicadores de desenvolvimento 2019 aponta que apenas um em cada quatro entrevistados diz que a cidade tem boas ofertas de emprego. Mesmo diante desses desafios entidades e autoridades ouvidas pela FOLHA enxergam com otimismo o atual estágio político e de desenvolvimento econômico.

O prefeito Marcelo Belinati (PP) diz que para reverter o problema econômico e social a atual gestão tem investido na melhoria para ampliar o ambiente de negócio. "Quer uma política social melhor que criação de empregos? Criamos um comitê para criar políticas claras de desburocratização para facilitar a vida do empreendedor. Além de atrair indústrias, buscamos valorizar e incentivar a permanência e expansão das empresas já instaladas, como caso da Viação Garcia e J.Macêdo. "Por outro lado, tentamos resgatar a autoestima atraindo eventos como o Natal de Luz. Na área social, vejo que o avanço só vem com conjunto de medidas que temos adotado para valorizar a saúde e educação."

O presidente da Câmara, Ailton Nantes (PP), vislumbra que soluções para melhoria do problema social e desenvolvimento econômico também poderão sair da discussão do Plano Diretor Participativo, projeto que foi debatido em audiência pública no Legislativo nessa segunda-feira (9) à noite. "Ele precisa ser reestudado justamente para pensar os próximos anos. Londrina não foi projetada para ter esse tamanho, mas temos que pensar nela para um crescimento organizado no sentido social, comercial e industrial."

Nantes avalia que no espectro político Londrina precisa melhorar sua representatividade também na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal e a participação geral dos eleitores. "Ainda não somos conscientes. Essa representatividade, essa cidadania deve ser feita não só na hora de votar, mas ao fiscalizar e sugerir também."

O presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial), Fernando Moraes, afirma que 2019 foi um ano importante no que diz respeito à movimentação do comércio. Ele também pontua que está em curso com o poder público o projeto de revitalização do centro. "Projetamos ações que elevem o fluxo de pessoas nas ruas, levando-as a consumir no comércio local, provocando o giro de recursos financeiros e que envolve o plano de mobilidade urbana da cidade. São medidas que começam a caminhar com mais força, porém, não podemos permitir que adormeçam." Já na indústria, Moraes aponta que o ideal é diversificar a matriz e investir em turismo e inovação. "Um dos últimos principais avanços é o Tecnocentro, que irá prover os serviços de desenvolvimento de tecnologia, tornando Londrina polo de inovação, favorecendo também o cenário econômico."

Para a presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Claudia Romariz, na economia a cidade vem sendo destravada. Entre os avanço está o capital intelectual com novos cursos de engenharia na área tecnológica. "Convivemos nas últimas décadas com ambiente não propício para novos negócios e para quem queria empreender." Ela também cobra avanço na discussão das leis do Plano Diretor para reverter a situação dos indicadores econômicos que caíram ano a ano. "Hoje temos mais segurança na tomada de decisões. Sabemos para onde a cidade está indo, temos mais diálogo com o Legislativo e Executivo."