Curitiba - O caso da Ecovia Caminhos do Mar é um dos exemplos do efeito dos degraus tarifários. A concessionária antecipou a obra de melhoria do Viaduto Rui Barbosa onde aconteciam rotineiros acidentes. Além disso, por conta da fila de caminhoneiros no acostamento da BR-277, teve que fazer obras de reparo emergenciais que não estavam previstas no contrato original. Na semana passada, a tarifa na única praça de pedágio da concessionária (em São José dos Pinhais, na BR-277) foi reajustada para R$ 9,80 para veículos leves. Quando foi implantado o pedágio em junho de 1998, a tarifa era de R$ 4,10. Em todo o período de pedágio o reajuste foi de 139%. Se contado apenas o governo Lerner, a tarifa subiu 48,8%, chegando a R$ 6,10 em 22 de dezembro de 2002.
A Econorte também tem o chamado degrau em algumas praças por conta de obras antecipadas. O degrau passou a valer em dezembro de 2003. Na praça de Sertaneja, o valor cobrado pela tarifa é de R$ 6,40. Em junho de 1998, o pedágio para carros leves era de R$ 3,10. O reajuste durante todo o período foi de 106,4%. Se contada apenas a administração Lerner, o aumento foi de 51,6%. Em 22 de dezembro de 2002, a tarifa era de R$ 4,70. Na praça de pedágio de Jataizinho a situação não é diferente. Quando foi implantado em junho de 1998, o valor era de R$ 3,70 e hoje é de R$ 6,90. O reajuste nos seis anos e meio de implantação foi de 102,7%. Somente no governo Lerner foi de 64,5%, chegando a R$ 5,10.
Na praça de Jacarezinho, o valor inicial do pedágio era de R$ 2,80 e atualmente é de R$ 6,90. O reajuste total foi de 146,4%. Se contado apenas o governo Lerner, o aumento da tarifa chegou a 57,1% e estava sendo cobrada a R$ 4,40. O diretor geral da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, explicou ontem que os reajustes seguem planilha adotada pelo governo do Paraná. ''Uma coisa que tem que ser deixado claro é que não fazemos aumentos absurdos, acima da inflação. Todas as tarifas públicas estão sendo reajustadas: a água, a luz, o telefone, a gasolina. Por que apenas o pedágio não?'', questionou ele. (L.P.)