A primeira audiência sobre a denúncia de compra de votos de vereadores para impedir a abertura da CP da Centronic será realizada hoje, às 13 horas, pelo juiz da 3 Vara Criminal de Londrina, Katsujo Nakadomari. São réus o ex-presidente da Sercomtel Roberto Coutinho Mendes, o ex-diretor da telefônica Alysson Tobias de Carvalho, o ex-chefe de Gabinete Rogério Lopes Ortega, o ex-secretário de Governo Marco Cito, o empresário Ludovico Bonato, e o vereador Eloir Valença (PHS).
A investigação começou no final de abril, com a denúncia do vereador Amauri Cardoso (PSDB), a quem os acusados teriam oferecido R$ 40 mil (e efetivamente entregue R$ 20 mil) para que ele votasse contrariamente à abertura da CP. À exceção de Coutinho, todos os outros foram presos cautelarmente. O empresário e os ex-assessores de Barbosa respondem por formação de quadrilha e corrupção ativa. Eloir responde por corrupção passiva e formação de quadrilha.
Nesta primeira audiência devem ser ouvidas as 11 testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público. Além de Amauri Cardoso, que será ouvido como vítima do crime, há outros dois vereadores na lista: José Roque Neto (PR) e Marcelo Belinati (PP), que licenciou-se do cargo para disputar a prefeitura. Também foi convocado o então presidente da comissão provisória do PHS em Londrina, Marcos Defreitas, que deverá ser perguntado sobre o fato de Eloir ter faltado à sessão em que se discutiria a abertura da CP mesmo com orientação da legenda para o voto favorável.
O irmão de Bonato, Sérgio Aparecido Bonato, e sua esposa Silvana Bonato, que trabalhava no gabinete de Eloir, também foram arrolados como testemunhas de acusação. Além deles, estão o vigilante Devanir Piedade e o bancário Felipe Lobato, ambos da agência do banco Santander, localizada no prédio da Sercomtel, de onde Coutinho teria sacado R$ 5 mil no dia 24 de abril, data da prisão de Cito e Bonato. O dinheiro, segundo o MP, foi entregue para Alysson Tobias e, em seguida, para Ludovico Bonato, e teria completado o suposto suborno de R$ 20 mil, entregues a Amauri Cardoso. Completam a lista três policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que efetuaram escutas telefônicas e participaram da prisão dos acusados.
Entre as 22 testemunhas de defesa arroladas pelos réus estão Barbosa Neto, o secretário do PDT, Claudinei Stachetti, os vereadores Joel Garcia (PP) e Sebastião Raimundo da Silva (PDT) e o pastor Osni Ferreira. (L.C.)