Manifestantes londrinenses se reuniram na tarde desta segunda-feira (8) em frente ao Cine Teatro Ouro Verde para um ato pró-democracia. Assim como ocorreu em outras cidades do país, o intuito foi lembrar dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes vandalizaram e ocuparam as sedes dos três poderes, em Brasília.

A manifestação “O Brasil se une em defesa da democracia” mobilizou partidos políticos e movimentos sociais de Londrina, que levaram faixas, cartazes e discursaram a favor da democracia brasileira.

Para o coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares), Luis Camargo, é fundamental que a população tenha noção de que a democracia é a estrutura de um país. “Sem democracia, não tem sustentabilidade. Nenhum país vai para frente sem democracia.”

“A gente não gosta de fazer essa memória. Essa memória [do dia 8 de janeiro] entristece muito a população do Brasil. Um ataque à democracia, um golpe que foi tentado por conta do conservadorismo, do autoritarismo, as pessoas autoritárias querendo dominar o país”, acrescentou Camargo.

Já a integrante da coordenação estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), Sandra Ferrer, reforça que a mobilização dos movimentos sociais “tem um significado grandioso” na defesa da classe trabalhadora.

“Quando a gente tem essa união para fazer a defesa da democracia, isso demonstra uma abertura para o diálogo, um avanço para as categorias, principalmente para nós da classe trabalhadora rural”, disse Ferrer. “A gente tem uma confiança que um governo mais democrático também dá abertura e uma segurança de que vamos conseguir minimamente garantir nossos direitos.”.

Presente no ato, a vereador Lenir de Assis (PT) disse que o 8 de janeiro “será uma daquelas datas que será eternizada nos livros da nossa história”. “E, lamentavelmente, uma história que será lembrada como uma tentativa de golpe contra a democracia e contra o Estado Democrático de Direito”, avalia a parlamentar.

“Isso foi gravíssimo. Não foi uma manifestação, uma mobilização, não foi. Isso foi uma tentativa de golpe que sem dúvida deixaria nosso país à mercê de situações que nós não queríamos mais viver”, acrescenta Assis, pontuando que o ato desta segunda visou dizer para toda a sociedade “que precisamos estar vigilantes para que situações como aquelas ocorridas no ano passado não voltem a ocorrer no Brasil e em lugar nenhum”.

‘OPTOU PELA DEMOCRACIA’

O presidente do PDT de Londrina, Ricardo Moura, lembrou que o pedetista João Goulart, o Jango, sofreu o golpe em 1964 que culminou na ditadura militar e que, por isso, a legenda não poderia estar fora da mobilização.

“Nós do PDT estamos aqui no Calçadão de Londrina para trazer não só a solidariedade ao governo Lula, mas trazer essa força que a democracia tem que ter. O PDT historicamente sofreu o golpe, e para nós é muito emblemática essa data. Espero que o dia 8 de janeiro entre para história como o dia de residência, o dia em que o Brasil optou mais uma vez pela democracia”, disse.

Já o presidente municipal do Cidadania, Jefferson Gibellato, ressaltou que, além dos partidos políticos, muitos movimentos populares foram às ruas, assim como a população em geral. “Muita gente, nos últimos anos, tem colocado para Londrina um papel de uma cidade mais à direita. E nós sabemos que Londrina já elegeu muitos progressistas.”

“Precisamos celebrar a democracia sempre, lutando em defesa das instituições democráticas, do Estado Democrático de Direito e da Constituição, e é isso que estamos fazendo aqui. Vários partidos, vários movimentos sociais se juntando para fazer essa defesa de que Londrina é contra o golpe e Londrina vai celebrar a democracia”, disse o presidente municipal do PT, Nelson Antônio da Silva.