SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Assembleia Legislativa do Amazonas arquivou, na tarde desta quinta-feira (6), o processo de impeachment contra o governador Wilson Lima (PSC) e seu vice Carlos Almeida (PTB).

Em votação realizada pelo plenário da Casa, 12 deputados foram favoráveis ao arquivamento, enquanto 6 votaram contra e 5 optaram por se abster.

A gestão foi denunciada pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas, que acusava o governador de improbidade administrativa e crimes de responsabilidade em relação a recursos destinados ao combate do novo coronavírus.

Os votos seguiram o parecer do deputado Dr. Gomes (PSC), relator da Comissão Especial de Impeachment da Assembleia, que pediu o arquivamento.

No texto, Gomes afirmou que não há como comprovar que "qualquer crime de responsabilidade" fora cometido tanto pelo governador quanto pelo vice e que a denúncia teria sido motivada por divergências políticas.

O deputado estadual Josué Neto (PRTB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deu início ao processo em abril deste ano.

Sem experiência prévia em política, Lima, 43, ganhou fama no estado como apresentador de um programa de TV focado em notícias policiais e de bairro. Elegeu-se em 2018 junto com a onda Bolsonaro, a quem declarou apoio na época.

Durante a crise sanitária, Lima defendeu o isolamento social e trocou de secretário de Saúde e nomeou Simone Papaiz, que foi presa no final de junho por suspeita de envolvimento em um esquema de fraudulento de compra de respiradores. Ela foi solta uma semana depois.

Lima foi alvo da mesma operação da Polícia Federal que prendeu Papaiz. Houve buscas na casa e no gabinete do governador, que teve o seu celular apreendido em Brasília, onde estava em viagem oficial.

O principal foco da investigação é a compra de 28 respiradores de uma empresa importadora de vinho. Segundo perícia da PF, houve um sobrepreço de 133,67% em relação ao preço de mercado. O valor suspeito de desvio é de até R$ 2,2 milhões.

Este foi o segundo pedido de impeachment contra o governador do Amazonas. O primeiro foi apresentado em janeiro após o aumento na morte de crianças cardiopatas em hospitais estaduais, mas o processo foi arquivado à época.

Em meio à pandemia do coronavírus, as Assembleias do Rio de Janeiro e de Santa Catarina também decidiram abrir processos de impeachment contra os governadores dos dois estados --Wilson Witzel (PSC) e Carlos Moisés (PSL), respectivamente.