Imagem ilustrativa da imagem Artistas dizem que não foram consultados sobre volta de eventos culturais
| Foto: Gustavo Carneiro/Folha de Londrina

A posição da Câmara Municipal em sugerir ao prefeito Marcelo Belinati (PP) a liberação de até 30% do público em eventos culturais não soou bem entre os artistas do ramo. Em ofício encaminhado ao Legislativo e Executivo, o Conselho Municipal de Política Cultural disse que está preocupado com a decisão dos parlamentares. A ideia partiu da vereadora Sônia Gimenez (PSB) e também foi encaminhada para o governador Ratinho Jr. (PSD).

A autorização, caso seja concedida, valeria para shows, teatros e cinemas, além de outros setores. "Ninguém foi consultado. Ficamos sabendo que a Câmara havia aprovado a indicação, mas não fomos procurados. Estamos discutindo internamente esse assunto. Mais do que ser contra ou a favor, queremos o diálogo. É uma pauta que nos interessa. E interessa muito", informou o presidente do conselho, Eddie Mansan.

Diferentemente da educação, por exemplo, o representante lembra que não foram criados protocolos contra a Covid-19 para a área cultural em um eventual retorno. "São muitas pessoas que trabalham neste setor. A decisão da Câmara não priorizou o diálogo de quem está envolvido nestas atividades todos os dias", comentou. No dia 26 deste mês, o órgão vai se reunir com especialistas da saúde e os próprios integrantes para pautar a possível volta dos eventos.

Durante a discussão na Câmara, a sugestão encampada por Gimenez enfrentou pouca resistência. Apenas Lenir de Assis (PT) votou contra. Matheus Thum (PP) e Santão (PSC) se abstiveram. "Esse não é o momento de flexibilizar as medidas de contenção da doença", explicou a petista na sessão. A FOLHA procurou saber se Belinati vai acatar a indicação, mas a assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina informou que a sugestão ainda está sendo analisada.

A autora da indicação pensa de uma forma diferente. "Londrina tem mais de 100 mil vacinados, inclusive trabalhadores culturais. Tenho certeza de que o prefeito vai avaliar bem. O retorno só aconteceria se todos os protocolos sanitários fossem seguidos à risca", ponderou a parlamentar.