O arcebispo da Arquidiocese de Londrina, dom Geremias Steinmetz, e o prefeito Marcelo Belinati (PP) voltaram a se manifestar favoravelmente à criação do Conselho Municipal dos Direitos LGBT. Os dois estiverem presentes em cerimônias distintas nesta segunda-feira (20) e foram questionados sobre a polêmica criada em torno da proposta. No fim de semana, houve protestos favoráveis e contrários ao projeto, que está na Câmara e foi sugerido pelo Executivo.

Imagem ilustrativa da imagem Arcebispo e prefeito reafirmam posição favorável à criação do conselho LGBT
| Foto: Pedro Marconi/Grupo Folha

Dom Geremias lembrou que a Igreja Católica foi provocada a se posicionar sobre o projeto de lei após ser oficiada pelo Legislativo e que ao analisar o tema não viu problema na criação do conselho. “Sabemos da realidade que a comunidade LGBT enfrenta. Queria dizer que não estamos falando do LGBT que vive nos altos patamares da sociedade, mas aquele que está embaixo. Aquele que está na rua. É esse que sofre. Não podemos fechar os olhos e esperamos que os vereadores também não fechem”, afirmou.

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Belinati destacou que o conselho é para prevenir questões de preconceito, discriminação e violência contra pessoas LGBTQIA+, sigla que representa diversas minorias sexuais e de gênero. “Se a pessoa se manifestou, significa que quer emitir opinião e o melhor lugar é dentro do conselho. Se é contra, participe do conselho, debata, exponha a ideia”, argumentou. “Londrina é cidade de vanguarda, temos problema como o Brasil inteiro tem e não adianta as pessoas quererem varrer coisa para debaixo do tapete e fingir que não existe”, acrescentou o prefeito.

Londrina tem 27 conselhos municipais, entre deliberativos e consultivos. Um funciona como um órgão com poder decisório sobre as ações da administração pública, enquanto o outro é de aconselhamento. No caso do conselho LGBT, o projeto de lei indica que será consultivo, composto por 20 membros – entre representantes da prefeitura e da sociedade civil -, e que os participantes não serão remunerados, ou seja, a presença é voluntária.

Grupos contrários à criação do conselho dizem que o público LGBTQIA+ já está respaldado por outros conselhos e que a idealização criará divisões em vez de somar, entre outros argumentos. “Não tem nada a ver com escola ou ideologia de gênero. É para debater maneiras de proteger as pessoas”, frisou o prefeito. O projeto foi retirado de pauta na Câmara no início deste mês por quatro sessões.

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