Já se passaram oito meses da divulgação dos nomes dos aprovados no concurso público para área técnica da Câmara Municipal de Londrina e até agora os candidatos não foram chamados para assumir as vagas. Uma comissão de 26 pessoas classificadas no concurso cobrou da direção do Legislativo a convocação imediata dos aprovados. Atualmente, a Casa tem 113 funcionários comissionados e 51 concursados.

Realizado no dia 29 janeiro, o concorrido edital contou com mais de 12 mil candidatos inscritos. Foram disputadas 14 vagas para os cargos de técnico legislativo, advogado, contador, analista de informática, analista de recursos humanos, jornalista, relações-públicas e revisor de textos. Também foi formado cadastro de reserva para o cargo de bibliotecário.

Os membros da comissão – que preferiram não ser identificados – informaram que já fizeram duas reuniões no dia 18 de agosto e 15 de setembro com a diretoria da Câmara Municipal para cobrar agilidade na convocação. Um abaixo-assinado foi entregue à direção.

De acordo com o diretor-geral da Câmara, Sandro Morais de Medeiros, a Casa aguarda o término de dois procedimentos internos para poder convocá-los a assumir a vaga. "Precisamos aguardar a publicação do edital para contratação de uma empresa que vai realizar o exame admissional. Para convocar o concursado, precisamos deixar tudo bem alinhado", argumentou. Medeiros informou que dentro de 15 dias o trâmite será realizado. Entretanto, não estipulou uma data para convocação dos aprovados.

Outro impasse está na aprovação do projeto de resolução 3/2017 que institui o regulamento das avaliações de estágio probatório dos servidores efetivos da Câmara. A matéria foi retirada de pauta, por tempo indeterminado, para revisão da redação dos artigos pela equipe técnica da Câmara. O projeto tramita na Comissão de Administração, Serviços Públicos e Fiscalização, presidida pelo vereador Amauri Cardoso (PSDB). "Temos, sim, interesse em resolver essa questão porque há uma defasagem nesses cargos, mas precisamos regularizar esses processos", informou o vereador.

O presidente da Câmara, Mario Takahashi (PV), não quis se manifestar sobre o concurso.

RELEMBRE
Em 2012, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público entrou com uma ação civil pública pedindo que a Câmara de Londrina equiparasse a relação entre cargos comissionados e servidores efetivos. A ação do Ministério Público questionava que o número de comissionados era desproporcional.

A promotora Sandra Koch informou apenas que esse processo encontra-se parado na Justiça por conta de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade). Ela não concedeu entrevista sobre a ação ontem. À época, disse que "cargos de comissão devem ser exceção e que a regra é o concurso público".