O ex-deputado federal Deltan Dallagnol deve continuar na vida pública, agora como uma das lideranças do partido Novo. Após a filiação em outubro, ele tem sido uma das vozes da legenda na viabilização de candidaturas para as eleições municipais de 2024. O próprio Dallagnol - ou sua esposa Fernanda - podem concorrer pela prefeitura de Curitiba.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou em maio o registro de candidatura do ex-deputado durante as eleições de 2022; isso, no entanto, não resultou em inelegibilidade.

“Sabemos que o PT sempre vai tentar me cassar de maneira autoritária caso eu decida concorrer, o que será motivo de discussão na justiça eleitoral. Eu resolvi não recorrer ao STF para recuperar meu mandato porque não há mais justiça no STF”, diz Dallagnol. “O STF deixou de ser um tribunal de juristas e se tornou um conselho de políticos, quase um partido político, e foi lá que eles enterraram a Lava Jato. Não haveria qualquer justiça para mim ou para o povo paranaense lá.”

A ida para o Novo, nesta nova etapa da sua vida política, foi porque a sigla possui “quadros políticos em termos de ética, integridade, preparo, propósito e vontade de transformar o Brasil”, no seu ponto de vista.

Confira a entrevista completa com o ex-deputado federal Deltan Dallagnol:

Quais são seus próximos passos na política?

Meu objetivo agora é fortalecer o time do Novo para as eleições de 2024, formando e capacitando novas lideranças políticas que vão invadir democraticamente o Congresso Nacional em 2026 e transformar a política brasileira. Os resultados já estão surgindo: tivemos o maior número de filiados em um mês da nossa história em outubro, e em novembro já batemos o recorde de outubro. Mas queremos sempre fazer mais. Também estou focado em enfrentar todos os abusos, ilegalidades e desmandos dos donos do poder, especialmente os que estão acontecendo agora no STF, e a morte do Clezão na Papuda é o maior exemplo disso. Sobre a prefeitura de Curitiba, posso dizer que teremos um candidato próprio, que poderá ser eu ou minha amada esposa Fernanda, ou as vereadoras de Curitiba Indiara Barbosa e Amália Tortato. O Novo tem ótimos quadros e mesmo que eu não concorra, vamos indicar o melhor nome para disputar a prefeitura.

Como o Novo está se estruturando para as eleições de 2024? Quais os planos para Londrina?

Nosso time vem realizando um excelente trabalho em todo o estado. Nosso objetivo é lançar times nas 30 maiores cidades do Paraná, além de várias cidades pelo interior. Nas principais cidades do Paraná estamos trabalhando para lançar candidaturas majoritárias e estamos bem encaminhados com excelentes quadros. Em Londrina estamos dialogando com a sociedade civil organizada e o setor produtivo, montando uma chapa muito qualificada e competitiva e queremos apresentar um nome para prefeito no começo do ano. Dentro do perfil que estamos buscando, o empresário Fernando Moraes seria o candidato perfeito. Fernando tem pontuado bem nas pesquisas de forma orgânica, sem politicagem, apenas em razão de fazer um bom trabalho em prol da sociedade, e isso nos agrada muito.

De olho em 2026, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, é um nome forte?

Zema tem feito um trabalho excelente em Minas Gerais e isso se reflete na excelente aprovação popular que ele tem por lá, acima de 70%, e com certeza é um excelente nome para 2026, mas não quero especular sobre o futuro político de outras pessoas. O mais importante é que a direita inteira esteja unida em 2026 com o único propósito de derrotar Lula e o PT e tirar esse desgoverno do poder.

Qual é sua avaliação desse primeiro ano do governo Lula?

Um desgoverno total. Lula envergonhou e envergonha o Brasil diariamente no palco internacional ao passar pano para as atrocidades do Hamas e de ditadores como Putin, Maduro e Ortega. Lula ataca democracias como Israel e exalta ditaduras, como a Venezuela e o Irã, e agora está em silêncio sobre o conflito entre Venezuela e Guiana, algo que ele realmente poderia mediar. Lula já disse que o governo não vai cumprir a meta de déficit zero, o que vai jogar a nossa economia em uma recessão. E nós temos hoje o que talvez seja uma das piores crises de segurança pública da história, que o ministro da Lacração de Lula, Flávio Dino, não conseguiu resolver e agora acabou premiado com uma vaga para o Supremo, o que vai ser um grande retrocesso caso se concretize. E o pior de tudo, temos um governo revanchista, vingativo, que está perseguindo e retaliando contra os agentes da lei que combateram a corrupção durante a operação Lava Jato. Não se fala mais, aliás, em combate a corrupção, isso é algo que acabou no Brasil. Estamos praticamente aguardando, em suspense, qual vai ser o próximo grande escândalo de corrupção do governo Lula.