Após três dias de protestos, caminhoneiros liberaram por completo a PR-445, entre Londrina e Cambé, na região do posto de combustíveis Cupimzão. Na manhã desta quinta-feira (3), apenas 20 caminhões e carretas permaneciam nas marginais das rodovias e as barracas que serviram como ponto de apoio, com alimento e água, estavam sendo desmontadas. Enquanto a reportagem esteve no local, diversas carretas passaram, sem nenhum tipo de problema.

O ato foi desmobilizado depois do presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgar vídeo nas redes sociais, na noite de quarta-feira (2), em que apelou para que as pessoas que estavam nas rodovias liberassem as vias. Os eleitores de Bolsonaro - que somavam caminhoneiros e apoiadores em geral - protestavam por insatisfação com o resultado das urnas, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para um terceiro mandato à frente da Presidência da República. Na passarela na 445 ainda restaram cartazes com teor antidemocrático.

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No Paraná, a PRE (Polícia Rodoviária Estadual) informou que à tarde havia um ponto de bloqueio parcial no Estado. Desde segunda-feira (31) foram liberados totalmente 81 trechos nas rodovias estaduais, não havendo mais manifestantes. Foram confeccionados 189 boletins de ocorrência dos protestos e lideranças. “A Polícia Militar do Paraná emitiu 66 autuações de trânsito de veículos, sendo que 15 foram autuados por resultarem no bloqueio de rodovias”, destacou.

Nas rodovias federais que cortam o Paraná a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que o único bloqueio preventivo pela manhã era na BR-376, em Tijucas do Sul. No fim da tarde a rodovia foi liberada nos sentidos norte e sul e estava funcionando em esquema de comboio.

REFLEXOS

A paralisação dos caminhoneiros tem refletido em diversos segmentos da economia. Segundo a Paranapetro (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná), os bloqueios têm causado problemas pontuais na distribuição de combustíveis em alguns postos do Paraná, principalmente no interior do Estado. “As distribuidoras vêm repassando aos postos de combustíveis aumentos, alegando custos adicionais de importações, alta no biodiesel e no etanol”, alertou.

Nas Ceasas, houve uma diminuição na movimentação e comercialização nos dois primeiros dias desta semana. Nesta quinta-feira as centrais voltaram a receber compradores. A Ceasa de Londrina não teve “mercado” nesta quinta. Na quarta-feira (2) houve uma queda de cerca de 80% na comercialização dos produtos na unidade da cidade.

O último comunicado da Apras (Associação Paranaense de Supermercados) ressaltou que os supermercados possuem, em média, estoque de 15 dias nas centrais de distribuição, além do que já existe em de cada loja. "A associação orienta os consumidores a comprarem apenas o necessário. Não há necessidade de estocagem em casa.”

RODOVIÁRIA

Na rodoviária de Londrina, a movimentação tem voltado aos poucos à normalidade nesta quinta, com 65 ônibus entre embarque e desembarque no período matutino. Na terça-feira (1º), por exemplo, foram 63 veículos entre embarque e desembarque em quase todo o dia. “Ainda há registro de atrasos, principalmente do estado de São Paulo e Santa Catarina”, afirmou a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), por meio de nota.

Atualizada às 17h50

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